Cientistas britânicos desenvolveram um projeto de um robô que precisa ir ao banheiro. O EcoBot 3 é um tipo de máquina autossuficiente, que tira sua energia de dejetos e água que encontra em seu caminho.
E, como qualquer organismo, este robô precisa expulsar o que poderia ser chamado de “cocô robótico”.
Robôs mais tradicionais funcionam com baterias que precisam ser carregadas regularmente e, por isso, precisam de intervenção humana para se manter.
Mas, o EcoBot 3, criado no Laboratório de Robótica da Universidade de Bristol, é capaz de gerar a energia que move seus circuitos graças a um dispositivo que converte os resíduos orgânicos em eletricidade com a ajuda de micróbios.
“É algo muito parecido com o que acontece com humanos”, disse à BBC Ioannis Ieropoulos, do Departamento de Bioengenharia e Sistemas de Inteligência Autônomos.
“O robô pode consumir qualquer tipo de substância orgânica e um dispositivo com os micróbios (células de combustível microbianas) decompõem esta matéria para gerar a eletricidade necessária para a manutenção do funcionamento”, acrescentou.
Comida
O cientista também afirmou que o robô EcoBot 3 é capaz de “encontrar a própria comida”.
Durante os testes realizados em Bristol, os cientistas colocaram “comida” e água em lugares específicos.
No final da experiência, o robô era capaz de ir buscar seu alimento também em outros lugares.
Desta forma, o EcoBot 3 consegue funcionar sete dias por semana por um período de 20 a 30 anos.
O projeto, financiado em conjunto pelas Universidades de Bristol e West England, já lançou outros protótipos que usavam “alimentos” diferentes.
O EcoBot 1, por exemplo, precisava de açúcar para alimentar um motor com bactérias do tipo E.coli.
O segundo protótipo, EcoBot 2, podia “comer” frutas e legumes podres, além de restos de insetos.
Mas, nenhum destes protótipos era capaz de fazer algo essencial para manter sua autonomia, expulsar os resíduos, algo que o EcoBot 3 faz dentro de um recipiente.
Usos e possibilidades
Ieropoulos conta que o EcoBot 3 é o “primeiro exemplo de sistema autossutentável”.
“Imagine enviar estes robôs a um local onde podem conseguir a própria energia, com missões específicas como limpar um ambiente de substâncias tóxicas, poluição”, disse.A ideia, segundo o cientista, é levar estes robôs para lugares onde os humanos não podem chegar ou preferem não ir por motivos de higiene ou de segurança.
Os cientistas já citaram como exemplo, no longo prazo, enviar os robôs aos esgotos das cidades, para controlar seu funcionamento e limpar entupimentos.
Outra possibilidade é usar estes robôs em explorações marinhas em águas profundas, onde não há luz, mas existem grandes quantidades de biomassa, que poderiam servir de “alimento”.
Os robôs também poderiam ser levados em missões espaciais. Nestas missões, eles poderiam se alimentar de resíduos dos astronautas a bordo da nave.
Mas, como lembra Ieropoulos, o EcoBot 3 ainda precisa de muito trabalho e o objetivo dos cientistas agora é dar uma função específica a este robô.
Para assistir ao vídeo abaixe o volume do player da rádio.
Fonte: BBC Brasil