“A educação é aquilo que fica depois que você esquece o que a escola ensina” (Einstein)
Alguns estudiosos do comportamento humano acostumam atribuir à miséria sócio- econômica as causas da violência. No entanto, se fizermos uma análise do fato, vamos ver que a origem da violência, em si, não está na miséria sócio-econômica.
Vejamos: Existem muitas pessoas que lutam com dificuldades para a sua sobrevivência. Não possuem uma moradia digna, uma alimentação adequada, possibilidades para darem aos filhos o melhor, enfim, que lhes faltam, na maioria das vezes, até o necessário no seu dia-a-dia. Porém, são incapazes de cometerem qualquer ato de violência fazendo o possível para viverem com dignidade, muitas vezes até compartilhando com os outros, um pouco do pouco que tem.
Nesta semana tivemos mais uma demonstração desta dignidade quando um casal de moradores de rua encontrou mais de R$ 20 mil e chamaram a polícia para devolver. Quando indagados se em algum momento ficou em dúvida quanto à devolução, disse: “A minha mãe me ensinou que não devo roubar e se ver alguém roubando devo avisar a polícia”. Que exemplo!
Por outro lado vemos pessoas que sempre tiveram de tudo, do ponto de vista material, que moram em lugares privilegiados, que estudaram nas melhores escolas, que viajaram o mundo, que nunca sentiram a falta de nada, mas que roubam, matam, fazem falcatruas, manipulam pessoas, etc. Conclui-se daí que, a origem da violência não está na miséria sócio-econômica, mas sim na miséria moral. Se assim não fosse, não existiriam homens de bem entre os menos favorecidos materialmente, e nem homens sem escrúpulos entre os que possuem melhores condições financeiras. As causas do bem e do mal não são exteriores, mas sim interiores, podendo, portanto, se manifestarem em toda parte.
A espiritualidade define como verdadeiro homem de bem aquele que pratica a lei de justiça, de amor e caridade, qualidades essas que independem de classe social para serem adquiridas, sendo atributos do espírito. Toda disposição para a prática do bem é virtude meritória. Toda resistência voluntária à prática das más tendências é ato virtuoso.
A aquisição de virtudes passa necessariamente pela educação. Não aquela adquirida nos bancos das escolas, que é na verdade instrução, mas sim aquela que recebemos no lar, através das orientações dos pais como no caso de Rejaniel Jesus da Silva, o morador de rua de que devolveu o dinheiro. Virtudes e vícios são patrimônios que podem ser aumentados ou diminuídos por efeito de uma educação eficaz e, principalmente, pela vontade do próprio Espírito, que foi dotado por Deus do germe da perfeição. O erro e a violência são desvios de comportamento, e todos podem contra ele lutar a fim de ter uma conduta reta, porque toda conquista moral passa a ser patrimônio do Espírito imortal que somos. Embora o mal pareça poderoso, guardemos a certeza de que só o bem é soberano. Façamos o bem!
Valentim Fernandes. Reside na cidade de Matão e é espírita desde 1989. É presidente do conselho deliberativo e diretor de doutrina do Centro Espírita Allan Kardec. Realiza palestras nas cidades da região sempre abordando temas do Evangelho.