Vida em Outros Planetas – Valentim Fernandes

Vendo na imprensa as notícias da chegada do jipe-robô Curiosity, com objetivo de buscar indícios de substâncias que possam ter sido propícias à vida em Marte, veio- nos à lembrança a questão 55 de “O Livro dos Espíritos” codificado por Allan Kardec e lançado no dia 18 de abril de 1857.

Na referida questão Allan Kardec indaga os Espíritos:

– Todos os globos que circulam no espaço são habitados?

E os Espíritos responderam:

– “Sim, e o homem da Terra está longe de ser, como crê, o primeiro em inteligência, em bondade e perfeição. Todavia, há homens que se creem muito fortes, que imaginam que somente o seu pequeno globo tem o privilégio de abrigar seres racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que Deus criou o Universo só para eles”.

O que queremos analisar aqui, não é se existe ou não vida em outros mundos. Isso quem vai comprovar ou negar é a ciência, daí os grandes investimentos com estes objetivos. O que nos faz refletir é o progresso do ser humano em relação ao seu papel no Universo, admitindo ainda que timidamente que ele não é o centro de todas as coisas, indo de encontro da resposta dada pelos espíritos ha 155 anos, quando não existiam recursos tecnológicos como os de agora, capazes de emitir sinais de outros planetas, sondando as possibilidades de vida nos mesmos.

É claro que estas pesquisas estão intimamente ligadas a interesses de natureza material. Os investimentos feitos não visam apenas saber se o planeta Terra é o único habitado, mais sim, o que poderá proporcionar de lucros a descoberta de vida em outros mundos.

Qual será a posição dos homens quando chegarem efetivamente a essa descoberta se encontrarem próximos da Terra um planeta com uma civilização atrasada, do ponto de vista intelectual, mas com muitas riquezas a serem exploradas? Irão até eles para levar instrução e capacitá-los para a exploração dessas riquezas ou lá irão para explorá-los? E se descobrirem um com muitas conquistas científicas, terão humildade suficiente para buscar lá aprendizados em benefício dos habitantes aqui da Terra?

Perguntas como estas, ainda que aparentemente sem respostas, podem perfeitamente fazer com que façamos algumas reflexões. Quando aqui na Terra o mais forte se preocupar em ajudar o mais fraco; quando o mais culto se ocupar dos menos esclarecidos, evidentemente estaremos caminhando rumo a respostas positivas a estes questionamentos.

É de fundamental importância para a humanidade as descobertas científicas ou a simples constatação daquilo que já existe, como por exemplo, os muitos mundos habitados como ensinou Jesus: “Crede em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa do meu Pai; se assim não fosse eu já vos teria dito” (João, cap. XIV).

Podemos vibrar com o pouso do Curiosity na superfície de Marte, analisar as imagens que de lá chegam, concluirmos se existe ou existiu vida lá, ou não, mas precisamos acima de tudo conhecer o nosso universo interior e a partir daí alçarmos voos mais altos rumo a nossa evolução espiritual, deixando de sermos simplesmente cidadãos da Terra para nos transformarmos em cidadãos do universo.

 


Valentim Fernandes. Reside na cidade de Matão e é espírita desde 1989. É presidente do conselho deliberativo e diretor de doutrina do Centro Espírita Allan Kardec. Realiza palestras nas cidades da região sempre abordando temas do Evangelho.

 

 

 

 

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