Um grupo de pesquisadores da Universidade de Strathclyde, na Escócia, desenvolveu um mecanismo para reaproveitar o sangue perdido pelo paciente durante cirurgias.
A recuperação e reaproveitamento do sangue de um paciente perdido durante uma grande cirurgia não é uma ideia nova. No entanto, o processo atual é complicado, demorado e caro.
O novo procedimento, batizado de Hemosep pelos cientistas de Glasgow, é mais direto e pode ser menos trabalhoso para reciclar o sangue do paciente durante a cirurgia.
Este procedimento envolve uma máquina que agita o sangue. Mas o elemento mais importante é uma bolsa de plástico especial para receber este sangue.
Esta bolsa funciona como uma esponja química que absorve o plasma que diluiu o sangue do paciente durante a operação. Este plasma é algo que os médicos não querem.
O componente mais importante desta bolsa é uma membrana de policarbonato, que separa o plasma e preserva os componentes importantes do sangue em separado.
Estas células concentradas podem voltar para o paciente.
O bioengenheiro que liderou a equipe de cientistas, Terry Gourlay, afirma que o novo procedimento tem vários benefícios.
“É o seu sangue, ao invés de sangue de outras fontes”, afirmou o cientista à BBC.
Testes
O novo sistema criado pelos cientistas escoceses já foi aplicado em testes bem-sucedidos na Turquia, onde foi usado em mais de cem cirurgias cardíacas.
Agora, o sistema será vendido na União Europeia em uma parceria entre a Universidade Strathclyde e uma companhia de aparelhos médicos. O uso do sistema também foi aprovado no Canadá.
Em cirurgias grandes, como uma cirurgia cardíaca realizada com o peito do paciente aberto, a quantidade de sangue perdida é grande e é necessário muito sangue para reposição.
A transfusão de sangue geralmente é a opção preferida pelos médicos mas, em uma minoria de casos, podem ocorrer reações adversas. E o custo de tudo isto é alto.
“Sangue não é de graça, de forma nenhuma, e, na verdade, na América do Norte, os últimos estudos sugerem que uma unidade de sangue custa acima de US$ 1.600 (mais de R$ 3.200)”, afirmou o professor Terry Gourlay.
Fonte: G1