Condição progressiva e de consequências severas, o mal de Alzheimer normalmente demanda uma série de testes para ser detectado precocemente e, assim, permitir que o tratamento seja iniciado sem demora. Embora ainda não haja cura para a doença, é possível desacelerar sua progressão e aumentar a qualidade de vida do paciente.
“Contudo, pacientes com demência muitas vezes acham difícil completar esses testes, devido a uma falta de clareza em seu entendimento e a lapsos em sua atenção ou motivação”, aponta o pesquisador Trevor Crawford, do Centro de Pesquisa sobre Envelhecimento da Universidade de Lancaster (Inglaterra).
Recentemente, porém, Crawford e seus colegas realizaram um estudo e perceberam que um teste de visão simples pode ajudar a diagnosticar sinais da doença. Para chegar a essa conclusão, eles reuniram quatro grupos de participantes: 18 pacientes com mal de Alzheimer, 25 pacientes com mal de Parkinson, 17 jovens saudáveis e 18 adultos saudáveis.
O teste consistia em acompanhar com os olhos os movimentos de um ponto de luz em um monitor. Em determinado momento, era pedido que eles parassem de olhar a luz, ação que os pacientes com mal de Alzheimer tiveram dificuldade de realizar – eles cometeram em média 10 vezes mais erros nessa atividade do que os demais participantes.
“Esses erros estavam fortemente ligados à memória espacial de trabalho”, explica Crawford. Os pesquisadores também avaliaram o desempenho da memória desses pacientes, e os resultados, somados, mostram que o teste de visão pode ser promissor na identificação da doença mesmo em estágio inicial. Apesar das conclusões animadoras, vale ressaltar que ainda são necessárias mais investigações.
Fonte: Hypescience