Agência Espacial Europeia construirá radar para detectar lixo espacial

O projeto “permitirá provar e validar novas técnicas para monitorar a posição dos fragmentos de lixo espacial”, indicou em comunicado o responsável do programa preparatório da ESA para Conhecimento do Meio Espacial, Nicolas Bobrinsky.

A rápida detecção e monitoração dos fragmentos de lixo espacial permitirá avaliar os riscos de que impactem com outros satélites e alertar a tempo os operadores para que realizem manobras de evasão, acrescentou a ESA.

O novo radar, que contará com dois centros nos arredores de Paris, terá um custo de 4 milhões de euros e será construído pelo centro de pesquisa francês ONERA junto com cinco sócios industriais de Espanha, França e Suíça.

Em março deste ano, a Agência Espacial Americana (Nasa) iniciou o rastreamento de cerca de 22 mil objetos que estão na órbita terrestre. No entanto, segundo a Nasa, ainda existem milhões de fragmentos rondando o espaço, como consequência de décadas de diferentes viagens espaciais.

Fonte: Estadão

O que é o lixo espacial?

O lixo espacial estreou no meio do século 20, bem no começo da corrida espacial. Quando, em 4 de outubro de 1957, a União Soviética lançou o Sputnik 1, o primeiro satélite a ir para a órbita da Terra, o mundo prestou atenção. Apesar de ser pequeno para os padrões atuais – do tamanho de uma bola de praia (58 cm de diâmetro)- o Sputnik provocou enorme medo em diversas nações, especialmente os EUA. Além de disparar a corrida espacial, o lançamento preocupou muitos americanos, por sua ligação com a corrida às armas nucleares. Sendo capazes de lançar um satélite no espaço, talvez pudessem amarrar nele uma bomba nuclear e alcançar em horas um alvo.

Pegos desprevenidos, vários países começaram a injetar recursos em programas espaciais – o evento foi diretamente responsável pela criação da Nasa.

Governos, e agora empresas de celulares, TV e GPS, já lançaram centenas de satélites desde o começo da corrida espacial. Esses satélites, ao lado de foguetes e outros objetos enviados ao espaço, respondem pelo grosso do lixo espacial. Além disso, o departamento da Nasa responsável por lixo espacial lista estes tipos de objetos como exemplos de lixo espacial:

Naves espaciais abandonadas – Quando naves, ou partes delas, param de funcionar, são deixadas flutuando no espaço. Normalmente é muito caro resgatar esses objetos, então eles são deixados em órbita até cair de volta ou colidir com outras peças de lixo espacial.

Estágios superiores de veículos de lançamento – Os ônibus espaciais eram na verdade um conjunto de vários foguetes empilhados. Quando um ônibus espacial era lançado usualmente era necessário mais de um impulso de foguete para que ele chegue-se alto o bastante, e esses foguetes são disparados em estágios. Os estágios finais são chamados de estágios superiores porque ficam perto do topo do ônibus espacial. Como são disparados tão tarde, qualquer material expelido dos foguetes pode acabar ficando em órbita. Estão entre os maiores componentes do lixo espacial.

Efluentes de foguetes a combustível sólido – Alguns ônibus espaciais usavam combustível sólido para a propulsão. Depois do lançamento, pode sobrar combustível, que vai ficar flutuando no espaço no reservatório em que estava. Nesse caso, colisões são arriscadas, e mais lixo espacial é criado após um acidente.

Partículas de tinta – Por incrível que pareça, pode haver milhões de pequenos pedaços de tinta na órbita da Terra. Calor e impactos de outras partículas arrancam lascas de tinta das espaçonaves e as transformam em lixo espacial.

Fonte: Como tudo funciona