Fila sem fim
Transplante de córnea e fila de espera são duas expressões que parecem não ter nada a ver uma com a outra, mas que o lado duro da realidade mantém intimamente interligadas.
Um agravante para isso é que muitos pacientes não toleram as córneas naturais transplantadas. Para esses, nem mesmo a fila de espera representa uma esperança.
Assim, sem poder contar com as córneas naturais, pesquisadores de todo o mundo trabalham arduamente para criar córneas artificiais que possam atender às necessidades dos pacientes.
A boa notícia vem agora da equipe do Dr. Joachim Storsberg, do Instituto de Polímeros Aplicados em Potsdam, na Alemanha, que trabalha em uma córnea artificial de plástico desde 2007.
Resultados comprovados
Os primeiros esforços já deram frutos, resultando em uma córnea artificial que atende as necessidades de pacientes cuja córnea se torna translúcida, uma condição extremamente difícil de tratar.
Com os primeiros sucessos, o pesquisador agora está fabricando córneas mais flexíveis também quanto ao uso.
“Nós estamos no processo de desenvolvimento de dois tipos diferentes de córneas artificiais. Um deles será usada como alternativa para a córnea de um doador nos casos onde o paciente não tolera o transplante,” diz o pesquisador, ressaltando que este é o caso mais crítico, uma vez que nem mesmo a fila de transplantes é uma opção para esses pacientes.
O segundo tipo pretende ser mais genérico, eventualmente substituindo de vez as córneas de doadores em todos os transplantes.
Testes em humanos
Quando fala em “processo de desenvolvimento”, o pesquisador se refere aos testes necessários para que o dispositivo seja aprovado pelas autoridades de saúde, uma vez que os protótipos já estão prontos.
As novas córneas artificiais são feitas com polímeros com propriedades de absorção de água ainda mais eficientes. Uma segunda camada de revestimento garante maior firmeza do implante no olho.
Além disso, a borda da córnea artificial recebeu uma alteração química que induz o crescimento local de células, o que representa um elemento de “ancoragem definitiva” do implante no olho.
Os testes iniciais já mostraram que os novos revestimentos não induzem respostas imunológicas, atestando a biocompatibilidade dos materiais usados.
Todos os testes foram feitos em coelhos. Agora a equipe irá começar os testes em humanos.
Fonte: Inovação Tecnológica