Pesquisadores americanos analisaram batidas de asas e consumo de oxigênio dos animais durante o voo
Voar para trás pode parecer muito cansativo para um pássaro, mas os beija-flores fazem isso com bastante frequência. Um novo estudo agora relata que ao voar para trás o beija-flor é quase tão eficaz quanto quando voa para frente.
“Quando estão voando para trás eles assumem uma postura bastante ereta”, afirmou Nir Sapir, ecologista especialista em aves associado do Instituto Max Planck de Ornitologia, na Alemanha, e um dos pesquisadores que participaram do estudo. “Pensávamos que a resistência ao avanço e o gasto de energia seriam muito maiores ao voar.”
Sapir trabalhou nessa pesquisa quando era pesquisador de pós-doutorado da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Ele e seu colega Robert Dudley, pesquisador do Instituto Smithsoniano de Pesquisas Tropicais, do Panamá, relataram suas descobertas no periódico The Journal of Experimental Biology.
Sapir capturou cinco beija-flores da espécie beija-flor-de-anna ( Calypte anna ) do lado de fora de seu laboratório. Ele os ensinou a voar ao longo de um túnel de vento e obter alimento em uma seringa contendo sacarose oculta em uma flor.
Quando eles estavam na flor, Sapir ligou o túnel de vento, forçando os pássaros a voarem para trás para continuarem se alimentando. Ele virou o alimentador para a direção oposta e repetiu o experimento, o que obrigou os pássaros a voarem para frente para continuarem se alimentando.
Quando voavam para frente, a frequência de batimento de suas asas era de 39,7 hertz. Quando voavam para trás, eles batiam as asas somente um pouco mais rápido, com frequência de 43,8 hertz. A taxa de consumo de oxigênio teve resultado semelhante, afirmou Sapir.
Os pesquisadores também descobriram que os beija-flores não conseguiam voar para trás a uma velocidade maior que 4,47 metros por segundo. (Sindya N. Bhanoo)
Fonte: G1