Arqueólogos descobrem que homem já fazia queijo há 7500 anos

(Queijo há 7500 anos já era muito parecido com a ricota dos dias de hoje).

Arqueólogos ingleses anunciaram nesta quarta-feira (12) terem descoberto provas em peneiras de cerâmica pré-históricos que indicam que o homem aprendeu a produzir queijo a partir do leite na Europa há pelo 7500 anos.

O grupo, liderado por Richard Evershed, da Universidade de Bristol, realizou uma análise química de fragmentos de cerâmica encontrados em um sítio arqueológico na Polônia, para determinar sua finalidade: produção de queijo, cerveja ou armazenamento de mel.

Os cientistas encontraram uma quantidade grande de gordura de leite nos potes, em comparação com outros artefatos que eram usados para cozinhar ou guardar alimentos. Isso mostra que as peneiras eram usadas com a finalidade específica de separar soro de coalho, num processo rudimentar para fazer queijo.

“É uma prova muito forte que se trata de queijo,” afirmou Evershed. “Não existem muitos outros processos laticínios que usem peneiras”, continuou. Ele afirmou não saber ao certo qual o tipo de leite usado, mas existem muitos ossos de gado na região. O estudo foi publicado na edição desta semana do periódico científico Nature.

“Não é possível que os resíduos sejam de outra coisa que não queijo,” disse Paul Kindstedt, professor de Nutrição na Universidade de Vermont, que não esteve envolvido na pesquisa. Kindstedt disse que vários especialistas acreditavam que já se produzia queijo na Turquia há dois mil anos, mas não havia ainda provas concretas disso.

A descoberta marca um desenvolvimento importante para os povos do Neolítico, porque a capacidade de transformar leite perecível em uma forma que fornece calorias, proteínas e minerais por mais tempo tornou-se uma vantagem estratégica. Naquele período, a população adulta era em sua maioria intolerante a lactose, então um produto com menos lactose, como o queijo, permitia que todos digerissem os nutrientes do leite.

Kindsted disse que este primeiro queijo deve ter sido similar ao cottage e ricota, e que devem ter sido consumidos logo após sua produção, ou guardados em potes na terra por meses, para os meses de inverno. O queijo também deve ter ajudado a variar a dieta neolítica.

A comida do período era extremamente insípida e monótona, segundo Kindstedt, já que os fazendeiros pré-históricos comiam basicamente mingau de cereais. Após ficarem enterrados por meses, os queijos não estragavam mais, mas seu gosto deve ter sido bem forte. “Não seria do gosto de todos atualmente,” afirmou Kindstedt. “Mas eu adoraria provar um deles”.

Fonte: IG (Com informações da AP)