O bagaço de cana é um combustível e tanto para a geração de energia.
Todas as 432 usinas de açúcar e álcool do Brasil já usam o recurso, e não precisam comprar eletricidade de qualquer concessionária para funcionar.
Um dado surpreendente é que, com o equipamento adequado, uma empresa de médio porte poderia gerar um excedente capaz de abastecer uma cidade de 200 mil habitantes.
A conta foi feita pelo engenheiro elétrico Fernando Alves dos Santos, na tese de mestrado que apresentou em novembro à Escola Politécnica da USP.
Pelo cálculo, se todas as usinas do país aproveitassem ao máximo seus restos de bagaço para produzir energia, elas gerariam o dobro do que sai das duas usinas nucleares de Angra somadas.
Custo menor e ainda com uma vantagem.
O carvão mineral coloca na atmosfera 800 quilos de CO2 por MWh.
O bagaço tem emissão é praticamente zero. “A parcela de CO2 emitida durante a queima é absorvida pela própria lavoura”, diz Santos.
Dados da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) mostram que a participação da biomassa na matriz energética brasileira subiria dos atuais 3% para 18%.
Mas, é necessário investimento já que uma usina média precisa investir cerca de R$ 120 milhões.
Com a venda do excedente de energia, esse valor seria recuperado em até sete anos, segundo Santos.
“Isso representaria uma produção equivalente a de três usinas de Belo Monte”, diz Zilmar José de Souza, gerente de Bioeletricidade da Unica.
Fonte: Só Notícia Boa com informações da revista Galilleu.