A Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (Darpa, na sigla em inglês) está investindo US$ 180 milhões, o equivalente a R$ 366 milhões, em novas tecnologias que viabilizem a reciclagem espacial e a reutilização de satélites inoperantes. O órgão, que financia projetos espaciais pioneiros, é ligado ao Pentágono – Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
Quando os satélites são “aposentados”, algumas peças – tais como antenas e painéis solares – muitas vezes ainda funcionam. No entanto, não há atualmente nenhum esforço para salvar e reutilizar peças de satélites, uma vez que esses objetos são lançados no espaço.
No entanto, a Darpa acredita que pode economizar dinheiro reaproveitando o material colocado em órbita. “Estamos tentando essencialmente aumentar o retorno sobre o investimento e encontrar uma maneira mudar a economia para que possamos reduzir o custo de missões espaciais militares”, disse o coordenador do programa da Darpa, David Barnhart.
Para isso, a agência criou o projeto Fênix (Phoenix) – nome da ave mitológica que renascia das próprias cinzas. O programa prevê o envio de um mecanismo robótico, equipado com um conjunto de ferramentas, para extrair peças de satélites inutilizados. Além disso, seriam lançados minissatélites que poderiam ser encadeados aos antigos pelo robô, criando um novo satélite de comunicação.
O programa traria dois benefícios: limparia a órbita da Terra, dando nova função aos satélites de comunicação que já não funcionam, e permitiria que valiosas peças desses equipamentos fossem reutilizadas na construção de novos satélites mais baratos.
Um teste importante para o projeto ocorrerá em 2016, quando será realizada uma missão de demonstração que pretende dar vida nova a um satélite desativado ainda a ser escolhido. A Darpa identificou cerca de 140 satélites que podem ser escolhidos para o primeiro teste.
De acordo com representantes da Darpa, uma maneira de manter os custos baixos é fazer com que os minissatélites peguem uma “carona” até o espaço, a bordo dos foguetes comerciais disponíveis.
Para Jonathan McDowell, astrofísico da Universidade de Harvard que acompanha lançamentos espaciais ao redor do mundo, a ideia é “bastante interessante”, pois pode reduzir os custos no longo prazo. “As primeiras vezes serão definitivamente mais caras do que apenas construir uma nova antena em seu satélite a partir do zero. Mas, no longo prazo, pode funcionar”, acredita.
Fonte: G1