Identificada bactéria da obesidade: jovem perde 54 kg

Um estudo feito na China comprova a ligação entre a obesidade e bactérias alojadas no intestino..

Uma pesquisa da Universidade Jiao Tong de Xangai, fez um obeso de 26 anos perder 51,4 kg em pouco mais de 5 meses depois de atacar um tipo de bactérias.

O homem, de 1,72 m de altura, começou o tratamento com 174,8 kg.

Durante a experiência ele se alimentava quatro vezes ao dia, com direito a 1.344 calorias diárias.

Além da restrição calórica, a alimentação foi planejada com um mingau especial, para cortar a multiplicação de bactérias enterobacter no intestino do paciente.

Exames mostraram que ela representava 35% das bactérias no intestino dele antes do estudo.

Após nove semanas com o mingau do experimento, cuja receita não foi divulgada, a proporção da mesma bactéria caiu para 1,8% e o paciente perdeu 30,1 kg.

Em 23 semanas, a bactéria passou a níveis indetectáveis e aí sim ele perdeu outros 21 kg, totalizando 51,4kg eliminados.

Até agora havia apenas uma correlação entre a bactéria e a perda de peso.

Para tirar a prova, os cientistas usaram camundongos. Em alguns, eles introduziram a enterobacter, em outros, não.

Então, passaram a alimentar os animais com uma dieta de alta caloria.

Os que tinham a bactéria logo desenvolveram obesidade e resistência à insulina.

Os que estavam livres do micro-organismo, não.

O resultado confirma estudos recentes, feitos inclusive no Brasil, que já indicavam que a composição da flora intestinal é determinante no desenvolvimento da obesidade.

E sinaliza: há um tipo específico de bactéria a culpar: a cepa Enterobacter cloacae B29, isolada pelos cientistas chineses.

“Nossa pesquisa não para aqui”, disse à Folha Liping Zhao, da Universidade Jiao Tong de Xangai, um dos autores do estudo.

“A B29 não é a única com esse efeito na obesidade. Nosso trabalho estabeleceu um protocolo para descobrir mais delas.”

Espera-se que o conhecimento das bactérias maléficas, à digestão, ajude a moldar as dietas.

Além disso, o resultado pode explicar por que há pessoas que comem bastante mas engordam muito menos que outras.

Zhao sugere que a melhor solução para eliminar as bactérias ruins é por meio da alimentação.

O trabalho foi publicado no periódico da Sociedade Internacional para Ecologia Microbiana, o “Isme Journal”.

Fonte: Só Notícia Boa com informações da Folha.