Para que a exploração ao solo vermelho seja devidamente realizada, os astronautas vão precisar carregar pouco peso, e os afazeres espaciais deverão ser guiados por movimentos livres e precisos durante as “aventuras” em terra marciana.
Pensando nisso, Dava Newman, professora do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, EUA), criou um traje “descolado”. Composto por fibras elásticas sintéticas, o tecido do BioSuit (nome oficial do terno) é mais flexível, mais leve e também mais seguro.
O sistema de pressurização clássico, encontrado nos trajes atuais que chegam a pesar até 150 kg, foi substituído pela contrapressão mecânica. “O material utilizado pelas diversas camadas de tecido elástico aplica a pressão necessária para cada forma física de corpo”, explica Dava.
Outra vantagem referente à segurança dos astronautas está na manutenção do traje em casos de furos – eventualmente cavados por meteoritos pequenos ou por quaisquer objetos cortantes usados, por exemplo, em serviços de reparos às naves espaciais.
“Um remendo adesivo poderá ser feito rapidamente em casos do tipo. A pressão interna vai sofrer variações mínimas e a tarefa executada pelo astronauta poderá ser completada”, comenta a desenvolvedora do BioSuit. De acordo também com a professora, os novos trajes vão diminuir a perda de massa muscular, que pode chegar a 40% em viagens espaciais mais longas.
Apenas para as próximas décadas
Inspirada por protótipos datados das décadas de 1960 e 1970, a professora diz que, apesar de estar em fase de teste, o traje já se mostra capaz de atender às expectativas iniciais da pesquisa: é possível criar uma roupa espacial leve, flexível e aderente à forma física de cada astronauta.
https://youtu.be/_7sWNQDfuQU
O objetivo é usar a “versão final” do BioSuit em missões de exploração à Lua e a Marte, que deverão acontecer apenas nas próximas décadas. O projeto parece promissor, mas ao menos uma pergunta continua no vácuo: em trajes do tipo, como aquela “corridinha” ao banheiro vai ser feita?
Fonte: TecMundo