Nada contra as duplas sertanejas. Nem contra outros tipos de música, foi apenas uma comparação irônica, mas com fundamento.
Quando se trata de pesquisa no Brasil, é notável a falta de interesse dos alunos em participar. Quando participam, a dificuldade que a maioria dos pesquisadores iniciantes demonstra é enorme. Quando um aluno está prestes a entrar para a universidade, ele sequer sabe o que é Mestrado. A não ser que ele venha sendo influenciado pela família a saber.
Se tratando da realidade do País, onde muitos, desde a adolescência, tiveram que trabalhar para ajudar a família — ou trabalhar enquanto faziam a universidade — se tornar um pesquisador parece quase impossível ou impensável.
Se nosso País se preocupasse mais em estimular o gosto pela pesquisa, ao invés de investir milhões em shows de inauguração de projetos e eventos,estádios, copa do mundo, talvez as famílias Brasileiras não estivessem tão fadadas à realidade de sempre. Infelizmente, se não tiver pai e mãe para apoiar financeiramente, não se estuda aqui. Os de cima sempre subirão, e os de baixo sempre descerão…
Tendo em vista que somente aqueles dotados de poder financeiro poderão sair da Universidade prontos para o Mestrado e para o Doutorado. Não é preciso ser riquíssimo para poder estudar e se tornar um pesquisador, mas é preciso ao menos, estímulo. Ninguém consegue estudar algo que exige tanta dedicação e esforço, sem estímulo. Falo por experiência própria. E, é claro, que pais e mães, atolados em dívidas, e problemas similares, nunca estimularão seus filhos a estudarem algo que os parece inalcançável.
É triste ver que milhões de reais são dados as cantoras baianas, que sequer pensam em Mestrado enquanto aqueles que pensam em se dedicar à pesquisa, ou se dedicam a ela, tem muitas vezes que passar o mês sem cinco reais para o sorvete.
Fonte: HypeScience por Fernanda Marinho