Cientistas de Cingapura alteraram as propriedades da água, tornando-a corrosiva a ponto de escavar sulcos em diamantes.
Segundo eles, a descoberta terá largas aplicações industriais, da degradação ecológica de resíduos orgânicos à gravação a laser em chips e materiais dielétricos.
O mais impressionante é que o fenômeno não exige compostos químicos, usando tão-somente carbono – além da própria água.
O experimento consiste em recobrir o cristal de diamante – uma forma de carbono – com uma camada de grafeno – outra forma de carbono.
Quando a água é injetada sobre o material, as moléculas ficam presas entre o grafeno e o diamante, adquirindo um estado supercrítico – um estado híbrido entre um líquido e um gás – em que se tornam altamente corrosivas, desgastando o diamante. “Nós mostramos pela primeira vez que o grafeno pode reter a água sobre o diamante, e o sistema comporta-se como uma ‘panela de pressão’ quando aquecida.
Ainda mais surpreendente, descobrimos que a água superaquecida pode corroer o diamante. Isso nunca havia sido visto,” disse Loh Kian Ping, da Universidade Nacional de Cingapura.
Em temperaturas elevadas, os pesquisadores verificaram uma reestruturação da interface e das ligações químicas entre o grafeno e diamante.
Como o grafeno é um material impermeável, a água presa entre o diamante e grafeno não consegue escapar. Quando atinge uma temperatura de 400º C, a água aprisionada passa para uma fase supercrítica, com um comportamento totalmente diferente em relação à água normal.
Os pesquisadores agora planejam encontrar formas de dirigir o processo de entalhe que a água supercrítica faz sobre o material base, de forma a explorar o processo industrialmente.
Fonte: Inovação Tecnológica