Chico Xavier, O Apóstolo do Bem – Valentim Fernandes

Se estivesse encarnado, Chico Xavier estaria completando hoje 103 anos. Nascido no dia 02 de Abril de 1910, na cidade de Pedro Leopoldo, em Minas Gerais, Francisco Cândido Xavier foi um brasileiro que viveu com simplicidade, dedicando-se à divulgação da Doutrina Espírita através da prática da mediunidade, sempre com humildade e sem jamais ganhar financeiramente por isso. Ele desencarnou no dia 30 de Junho de 2002, aos 92 anos, após anos de exercício mediúnico e prática da caridade. Foi considerado o maior e o mais prolífico médium psicógrafo do mundo em todos os tempos, com mais de 400 obras psicografadas, sendo que algumas delas traduzidas e publicadas em castelhano, esperanto, inglês, grego, japonês, entre outros idiomas. Vamos aproveitar a data de hoje para agradecer a Deus por permitir que tão iluminado espírito tenha vivido entre nós, mostrando-nos que pode ser difícil, mas não é impossível viver uma vida inteira seguindo verdadeiramente os ensinamentos de Jesus.

Ao longo dos 92 anos de vida – 74 deles dedicados a servir de ponte entre vivos e mortos – Chico escreveu 412 livros, vendeu quase 25 milhões de exemplares e doou toda a renda, em cartório, a instituições de caridade: Os livros não me pertencem. Eu não escrevi livro nenhum. “Eles” escreveram.

Em fevereiro do ano 2000, Chico foi eleito o Mineiro do Século em votação que mobilizou a população de todo o estado de Minas Gerais e o consagrou, mais uma vez, como fenômeno popular. Couberam a ele exatos 704.030 votos, o suficiente para derrotar concorrentes poderosos como Santos Dumont (segundo colocado), Pelé, Betinho, Carlos Drummond de Andrade e Juscelino Kubitschek (o sexto colocado).

Para relembrar nosso querido Chico Xavier uma de suas belíssimas pscografias.

JESUS E PACIÊNCIA

Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Livro: Abrigo. Lição nº 19. Página 87.

 

Recordemos a paciência do Cristo para exercer no próprio caminho a compreensão e a serenidade.

Retornando, depois do túmulo, aos companheiros assustadiços, não perde tempo com qualquer observação aflitiva ou desnecessária.

Não rememora os sucessos amargos que lhe precederam a flagelação no madeiro.

Não se reporta à leviandade do discípulo invigilante que O entregara à prisão, osculando-Lhe a face.

Não comenta as vacilações de Pedro na extrema hora.

Não solicita os nomes de quantos acordaram em Judas a febre da cobiça e a fome de poder.

Não faz qualquer alusão aos beneficiários sem memória que Lhe desconheceram o apostolado, ante a hora da cruz.

Não recorda os impropérios que Lhe foram atirados em rosto.

Não se refere aos caluniadores que Lhe escarneceram o amor e o sacrifício.

Não reclama reconsiderações da justiça.

Não busca identificar quem Lhe impusera às mãos uma cana à guisa de cetro.

Não se lembra da turba que Lhe ofertara vinagre à boca sedenta e pancadas à fronte que os espinhos dilaceravam.

Ressurgindo da sombra, afirma apenas, valoroso e sem mágoa: -“Eis que estarei convosco até o fim dos séculos…”

E prosseguiu trabalhando…

Esse foi o gesto do Cristo de Deus que transitou na Terra, sem dívidas e sem máculas.

Relembremos o próprio dever, à frente das pedradas que nos firam a rota, a fim de que a paciência nos ensine a esperar a passagem das horas, porquanto cada dia nos traz a cada um, diferentes lições.

Chico Xavier escreveu a primeira psicografia em 1927, no Centro Espírita Luís Gonzaga, mas a primeira experiência espiritual dele aconteceu quando fez uma oração para a irmã, que estava doente e chegou a ser desenganada pelos médicos. Ela se cura.

Em 1944, ele publicou o livro “Nosso Lar”, que vendeu mais de um milhão de cópias.

O médium também viajou aos Estados Unidos para divulgar o espiritismo no país, em 1965. O último livro publicado por ele, em 1999, se chamava “Escada de Luz”.

Para Chico Xavier a vida se resumia em amar, tanto que dizia:

“Viver é sempre dizer aos outros que eles são importantes. Que nós os amamos, porque um dia eles se vão e ficaremos com a impressão de que não os amamos o suficiente”.

 

Valentim Fernandes. Reside na cidade de Matão e é espírita desde 1989. É presidente do conselho deliberativo e diretor de doutrina do Centro Espírita Allan Kardec. Realiza palestras nas cidades da região sempre abordando temas do Evangelho.