Prótese de mão biônica feita com materiais de baixo custo e cadeira que permite que paraplégicos fiquem de pé são alguns das ideias apresentadas na 11ª Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia). A feira reúne projetos científicos de estudantes do ensino médio e acontece em São Paulo até quinta-feira (14).
Feita com materiais alternativos, como cano de PVC, alumínio e náilon, a prótese de mão biônica foi desenvolvida por alunos do Colégio Vicente Rijo, de Londrina (PR). O custo da mão biônica foi de R$ 276, mas deve aumentar com o acabamento.
O protótipo dos alunos Cecília Valério Feliciano, 16, e Elias Justino de Oliveira Junior, 15, usa náilon nas articulações, em vez de EVA –material que se deteriora com facilidade–, e tem borrachas de leitores de DVD para o repouso da mão.
Como sistema sensorial, o projeto utiliza uma chave de mercúrio, que é aplicada dentro de uma espécie de óculos. Dessa forma, apenas com um movimento com a cabeça, a mão biônica abre ou fecha.
Cadeira em pé
Os estudantes Tales Valias de Paiva, 17, Thiago Moreira de Carvalho Vieira, 17, e Walef Robert Ivo Carvalho, 16, desenvolveram uma cadeira que permite aos paraplégicos ficarem em pé para facilitar suas tarefas enquanto cursavam o segundo ano do ensino médio na Escola Técnica de Eletrônica de Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas Gerais.
“O meu pai, há seis anos, sofreu um trauma na coluna, ficando paraplégico. Então, surgiu a motivação para criar um projeto que pudesse ajudar as pessoas que passam por esse problema, tentando reinseri-las na sociedade e respeitando suas limitações”, conta Walef.
Para utilizar o equipamento, é necessário que a pessoa coloque os dois pés em uma plataforma, prenda o cinto de segurança no quadril e pressione o botão de subida. Um elástico na região peitoral assegura a estabilidade. Desse modo, o usuário já em pé pode controlar a movimentação do equipamento através de um joystick.
“A cadeira melhora a circulação sanguínea da parte de baixo do corpo. Além de facilitar a vida do paraplégico, ela é fisioterápica”, afirma o professor e orientador do projeto, Fábio Teixeira.
Ciência e tecnologia
Na Febrace estão expostos 330 projetos selecionados de todas as áreas do conhecimento. O objetivo é apresentar ideias inovadoras dadas por alunos da educação básica. Os finalistas foram escolhidos entre 1.898 trabalhos inscritos.
“Esses estudantes são muito importantes não só para a Febrace, mas principalmente para mudar a história desse país, onde se faz, sim, ciência e tecnologia, mas a gente precisa fazer muito mais”, afirmou Roseli de Deus Lopes, coordenadora geral da Febrace, na abertura da feira.
Os melhores finalistas de cada categoria, que serão conhecidos na sexta-feira (15), ganharão medalhas e podem receber equipamentos, bolsas de estudo, estágios e certificados de diversas organizações em várias áreas científicas.
Além disso, 18 estudantes poderão representar o Brasil na Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel, que irá acontecer entre os dias 12 e 17 de maio, em Phoenix, nos Estados Unidos.
11ª Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia)
Quando: de 12 a 14 de março, das 14h às 19h
Quanto: Gratuito
Onde: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa 3, nº 380, Butantã)
Mais informações: http://febrace.org.br/
Fonte: UOL