A exposição à poluição do ar proveniente do tráfego nos dois primeiros meses de gestação aumenta de forma acentuada o risco de defeitos congênitos, descobriu um novo estudo.
Pesquisadores usaram dados de dois estudos extensos realizados em oito condados do Vale de San Joaquim, na Califórnia. Um dos estudos analisou os defeitos congênitos registrados a partir de 1997 e o outro registrou as concentrações de dióxido de nitrogênio, óxido de nitrogênio, monóxido de carbono e material particulado de 20 pontos diferentes do vale a partir dos anos 1970. Os resultados estão publicados online no periódico The American Journal of Epidemiology.
Descartando os defeitos atribuídos a outras causas conhecidas, ocorreram 849 casos de defeitos congênitos. Os pesquisadores adequaram tabagismo, idade materna e outras variáveis e compararam esses casos com os de 853 indivíduos saudáveis de controle.
Os pesquisadores descobriram que a probabilidade de uma mãe dar à luz uma criança com defeito no tubo neural – defeito grave no cérebro e medula espinhal, geralmente fatal – quase que dobrava quando ela morava em áreas com níveis mais altos de monóxido de carbono e óxido de nitrogênio (no primeiro quartil) em comparação com as que moravam em áreas com as concentrações mais baixas.
Amy M. Padula, principal autora do estudo e pesquisadora de pós-doutorado da Universidade Stanford, reconheceu que algumas associações podem acontecer por acaso quando muitas variáveis são analisadas.
“Esses resultados precisam ser considerados dentro de um contexto”, afirmou. “São necessários mais estudos para confirmar essas associações antes de fornecermos alguma recomendação clínica às gestantes.”
Fonte: UOL