Uma hidrelétrica geralmente é formada por uma barragem para elevar o nível da água – quando desce, a água faz girar uma turbina, que aciona um gerador para produzir eletricidade.
Por isso, pode parecer um tanto estranha a ideia do pesquisador norueguês Rainer Schramm: ele quer construir uma hidrelétrica no fundo do mar.
“Imagine abrir uma escotilha em um submarino submerso. A água vai fluir para dentro do submarino com uma força enorme. É justamente esse potencial de energia que queremos utilizar,” explica Schramm.
“Muitas pessoas já lançaram a ideia de armazenar energia explorando a pressão no fundo do mar, mas nós somos os primeiros no mundo a idealizar uma tecnologia para tornar isso possível,” acrescenta ele.
Hidrelétrica de armazenamento
Na prática, para usar a pressão da água no fundo do mar, a energia mecânica é convertida por uma turbina reversível, como em uma hidrelétrica normal, mas o sistema usa o bombeamento, em vez da queda natural.
Nesta usina bombeada, a turbina será ligada a um reservatório no leito marinho a uma profundidade entre 400 e 800 metros.
A turbina é equipada com uma válvula e, quando esta válvula é aberta, a água entra e começa a girar a turbina. A turbina aciona um gerador para produzir eletricidade.
“Uma usina de armazenamento bombeada é uma hidrelétrica que pode ser ‘carregada’ novamente bombeando a água de volta para o reservatório superior depois que ela tenha passado através da turbina. Esse tipo de usina é usada como uma ‘bateria’ quando conectada à rede de energia,” explica Schramm.
Assim, ela pode ser usada para equilibrar a inconstância das energias renováveis, como solar e eólica – uma parte da energia solar ou eólica pode ser usada no bombeamento durante o dia, e a hidrelétrica submersa faz o trabalho noturno.
Pode-se conectar qualquer número de tanques. Em outras palavras, é o número de tanques de água que decide quanto tempo a hidrelétrica submersa pode gerar eletricidade.
O inventor já criou uma empresa para tentar comercializar a tecnologia, que está sendo desenvolvida com o apoio do instituto SINTEF, do governo da Noruega.
Fonte”: Inovação Tecnológica