Cientistas enviam 'peixonautas' ao espaço para estudar enjoo

Uma melhor compreensão do enjoo que pessoas sentem em navios e aviões veio de uma fonte inesperada: pequenos peixes que foram ao espaço e viveram a sensação de microgravidade.

Como estavam na água, eles obviamente não “flutuaram” como um astronauta em uma estação espacial. Mas alguns ficaram desorientados e nadaram de modo errático, o equivalente a pessoas com vertigens ou tonturas.

Os pesquisadores descobriram depois o motivo desses distúrbios de equilíbrio: sutis diferenças entre seus órgãos auditivos.

Vertebrados têm pequenas pedras feitas de carbonato de cálcio nos ouvidos –chamadas otólitos– que servem como “órgãos da gravidade”.

Os peixes com otólitos assimétricos, com forma e tamanhos diferentes, eram mais propensos a distúrbios de equilíbrio.

A pesquisa envolveu um conjunto verdadeiramente internacional de pesquisadores, institutos de pesquisa e mesmo de peixes.

Um foguete de sondagem, com um motor brasileiro, foi lançado por uma equipe alemã de um centro espacial na Suécia. A espécie de “peixe astronauta” era a tilápia de Moçambique.

Apesar de vários percalços em algumas áreas, como o lançamento de satélites, o programa espacial brasileiro é bem-sucedido no desenvolvimento de foguetes de sondagem. É o caso do lançador VSB-30, produzido e operado em parceria entre o IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), da FAB, e a DLR (Agência Espacial Alemã).

A parte técnica da missão foi coordenada pela empresa europeia Astrium, principal responsável pelos voos do VSB-30 no continente.

Outro grupo de”peixonautas” (nome de um desenho animado infantil brasileiro sobre um ‘peixe astronauta’) voltou à Terra no fim de maio, depois de um mês em órbita em um satélite russo de pesquisa biológica, o Bion-M1.

As larvas foram parte do experimento Omegahab, um miniecossistema que inclui algas, plantas aquáticas, crustáceos e caramujos, o primeiro do tipo com essa complexidade, autossuficiente e totalmente automatizado.

Algas e plantas produzem oxigênio para os animais, que produzem dióxido de carbono usado pelas plantas.

Fonte: Folha