Alunos de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para tirarem diploma

Tanta gente sugeriu que os estudantes de medicina de universidades públicas recompensassem o pais, pelo estudo gratuito que recebem… e o governo atendeu.

Alunos de medicina terão que trabalhar 2 anos no SUS para conseguirem o diploma. Isso deve ajudar a diminuir a falta de médicos nos hospitais públicos brasileiros.

A medida valerá para os alunos que ingressarem nos cursos de medicina a partir de 2015, e faz parte do Programa Mais Médicos, anunciado nesta segunda-feira pelo governo federal.

A mudança valerá para faculdades públicas e privadas.

Com isso, o curso de medicina passará de 6 anos para 8 anos de duração.

Os estudantes vão trabalhar na atenção básica e nos serviços de urgência e emergência da rede pública.

Eles vão receber uma remuneração do governo federal e terão uma autorização temporária para exercer a medicina, além de continuarem vinculados às universidades.

Os profissionais que atuarem na orientação desses médicos também receberão um complemento salarial.

Os últimos dois anos do curso, de atuação no SUS, poderão contar para residência médica ou como pós-graduação, caso o médico escolha se especializar em uma área de atenção básica.

Com a mudança nos currículos, a estimativa é a entrada de 20,5 mil médicos na atenção básica.

“Esse aumento será sentido a partir de 2022, quantos os médicos estarão formados”, disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

Segundo ele, haverá uma melhor distribuição dos cursos pelo país.

Atualmente, 57 municípios oferecem cursos de medicina.

Com o novo programa, mais 60 passarão a ofertar, totalizando 117 municípios no país.

Isso acarretará, para as federais, a contratação de 3.154 professores e 1.882 técnicos-administrativos.

Criticas

Em um comunicado, quatro entidades que representam médicos brasileiros criticaram o programa Mais Médicos para o Brasil, anunciado pelo governo federal.

Disseram que uma das medidas anunciadas, a ampliação do tempo de formação nos cursos de medicina em dois anos, é uma ‘manobra que favorece a exploração de mão de obra’.

Na nota, a Associação Médica Brasileira (AMB), a Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), afirmam que o aumento da duração do curso de seis para oito anos não leva em conta “que os estudantes já realizam estágios nas últimas etapas da graduação e depois passam de três a cinco anos em cursos de residência médica, geralmente em unidades vinculadas ao SUS”.

Os estudantes nesse período receberão uma bolsa custeada pelo governo federal no valor de R$ 10 mil e uma autorização provisória para o exercício da medicina.

Com o programa Mais Médicos para o Brasil, o governo federal espera combater a falta de médicos especialmente nas regiões mais pobres do interior do país, investindo R$ 2,8 bilhões na contratação de um número estimado em 10 mil médicos.

Importação de médicos

A contratação de médicos estrangeiros foi criada por medida provisória, que entra em vigor nesta terça-feira, depois que sair no Diário Oficial da União.

Os primeiros médicos do programa devem começar a atuar nas regiões carentes de profissionais já em setembro, prevê o governo.

Embora médicos brasileiros tenham prioridade no preenchimento das vagas, médicos estrangeiros – desde que observando algumas regras – também poderão ser contratados sem a necessidade de fazer teste de equivalência para provar a validade de diplomas obtidos no exterior.

Entre as regras impostas para os médicos estrangeiros atuarem no Brasil estão a de que saibam português, tenham se formado em uma faculdade com tempo de formação similar o brasileiro e que venham de países em que a proporção de médicos em relação à população seja superior à brasileira, atualmente 1,8 médico para cada mil habitantes).

O programa ainda deve passar pela avaliação do Congresso Nacional, que pode impor mudanças às propostas.

Fonte: Só Notícia Boa com informações da Agência Brasil e R7.