A ciência descobriu que o otimismo é mais eficaz para provocar a mudança do comportamento dos jovens!
Em outras palavras campanhas que hoje escancaram os acidentes, pessoas ensanguentadas, maço de cigarro com gente agonizando, surtem menos efeito nos jovens do que exemplos positivos.
Eles compreendem e assimilam melhor se a mensagem for dita – no caso do cigarro por exemplo – que é mais bonita a pele de quem não fuma.
Isso vale para a conscientização antidrogas, inclusive.
Ameaças não provocam mudança de comportamento.
A constatação, que serve para os publicitários refletirem e as autoridades acordarem, é de cientistas da University College London (UCL), no Reino Unido .
Eles concluíram que os jovens funcionam muito mais com boas notícias do que as más, e que é muito mais fácil educar com positivismo do que com o susto.
Ou seja, para cuidar do bem-estar físico e mental o jovem e o adolescente precisam ser provocados com uma linguagem mais otimista.
O trabalho foi divulgado nesta semana na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).
Christina Moutsiana, líder do estudo e professora de psicologia da UCL, explica que trabalhos anteriores já mostraram que os adultos tendem a não dar tanta importância às más notícias e abraçam as boas.
A constatação serviu de base para o estudo coordenado por ela.
“Partimos da hipótese de que, se as crenças em resposta à informação desejável e à indesejável são mediadas por mecanismos diferentes, elas podem também ter diferentes trajetórias de desenvolvimento. Se os adolescentes apresentam resistência, isso pode comprometer a integração da informação negativa repassada”, explica.
A pesquisa
Para comprovar a suspeita, os cientistas realizaram um experimento com voluntários com idade entre 9 e 26 anos.
Eles responderam a um pequeno teste, no qual tinham de assinalar situações que acreditavam poder vivenciar futuramente, como ter uma doença pulmonar e se envolver em um acidente de carro.
Antes das respostas, os cientistas mostraram aos participantes as estatísticas reais para os eventos e observavam como cada voluntário mudou os conceitos depois de saber se o risco era maior ou menor do que imaginava.
Como o esperado pelos pesquisadores, os participantes mais jovens apresentaram-se menos propensos a aprender a partir de informações que mostravam um futuro com possíveis problemas.
“Quanto menor a idade das pessoas, piores elas foram em atualizar as suas crenças com precisão a partir de informações indesejáveis. No entanto, quando a informação era melhor do que as previsões iniciais, os adolescentes eram tão bons quanto os adultos na aprendizagem de uma boa notícia”, explica Moutsiana.
De acordo com a pesquisadora, os resultados indicam ainda que o aprendizado de boas e más notícias se desenvolve de forma diferente com a idade.
A pesquisa, segundo ela, pode trazer muitos benefícios para estratégias de campanha de saúde focada nos adolescentes. “
É provável que destacando os efeitos positivos, em vez dos negativos, o aprendizado possa ser mais eficaz. Mas é preciso levar em conta outros fatores, como a pressão social”, pondera.
Fonte: Só Notícia Boa por Andréa Fassina com informações do Correio Braziliense.