Nem combustíveis, nem eletricidade: um ônibus que já circula sem cobrar tarifas na cidade australiana de Adelaide é o primeiro do mundo a ser totalmente abastecido por energia solar. Batizado de Tindo – que, num dialeto aborígene, quer dizer “sol”, o ônibus oferece ar-condicionado e wi-fi aos passageiros, recursos obtidos pelos painéis fotovoltaicos da rede pública estatal.
Com capacidade para transportar até 40 pessoas sentadas, o ônibus sustentável faz parte da frota da Adelaide Connector Bus, uma das maiores companhias de transporte público da cidade australiana, que tomou a iniciativa de reduzir suas emissões de carbono. Como não há gastos com energia elétrica e nem combustíveis, a tarifa zero é garantida a todos os passageiros do Tindo – uma atrativa solução para o transporte coletivo nos grandes centros urbanos.
Fabricado por neozelandeses, o veículo incorpora a energia solar disponível na rede. Com peças importadas, o Tindo é silencioso e não possui motor de combustão convencional. Uma das estratégias adotadas a fim de melhorar o aproveitamento de energia do veículo é um sistema de frenagem regenerativa, a qual transforma o impacto dos freios em força, economizando mais de 30% do consumo total de energia do ônibus.
Desde fevereiro, quando entrou em circulação, o ônibus percorreu mais de 60 mil quilômetros, economizando mais de 14 mil litros de diesel – os quais seriam responsáveis pela emissão de 70 toneladas de gases poluentes na atmosfera. Em condições climáticas normais, o Tindo tem autonomia para rodar cerca de 200 quilômetros entre uma recarga e outra.
Recentemente, o CicloVivo publicou uma reportagem sobre os ônibus sustentáveis no Brasil. Por aqui, a próxima tendência em transporte coletivo deverá apostar na eletricidade, tanto para os híbridos, como para os puramente elétricos. Pesquisas realizadas nos últimos tempos também mostram que a população se sentiria mais confortável ao usar os ônibus que não emitem gases poluentes.
TINDO – over 60000 km with solar power from NIKOLA on Vimeo.
Fonte: CicloVivo por Gabriel Felix