Um cruzamento dos dados obtidos durante os quatro anos de operação da sonda espacial Kepler permitiu aos pesquisadores divulgar uma positiva estatística: 22% das estrelas similares ao Sol na Via Láctea possuem um planeta do porte da Terra em sua chamada “zona habitável”. O estudo foi conduzido pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, e publicado no periódico PNAS.
Antes de enfrentar problemas operacionais e ser desativada em agosto, a sonda Kepler observou aproximadamente 150 mil estrelas. Dessas, 42 mil foram identificadas como similares ao Sol. O segundo passo foi encontrar planetas semelhantes à Terra, localizados na zona habitável destas estrelas. Dos 603 planetas encontrados pelos softwares que analisaram os dados do Kepler, somente 10 tinham tamanho semelhante ao nosso. Os pesquisadores adotaram como “zona habitável” áreas que recebem de um quarto a quatro vezes a radiação que o Sol emite à Terra.
Para chegar aos 22%, os pesquisadores também precisaram avaliar a quantidade de planetas do tamanho da Terra que podem ter passado despercebidos pela sonda Kepler. Uma série de testes com softwares permitiu alcançar este número. Contudo, o fato de um planeta estar na zona habitável não quer dizer que ele abriga condições ao desenvolvimento da vida, já que isto está relacionado a muitos fatores, entre eles o tipo de atmosfera e a composição química. Mesmo assim, com a ginástica de números, os pesquisadores estimam que o próximo planeta, do tamanho da Terra, localizado em uma zona habitável, teve estar “somente” a 12 anos-luz de nós. Certamente, ainda há muito mais o que descobrir, já que em nossa galáxia existem aproximadamente 140 bilhões de estrelas.
Fonte: Seu History