A ingestão de doses elevadas de vitamina E pode ajudar a desacelerar a progressão do Alzheimer em até 19 por cento.
É o que concluiu um novo estudo desenvolvido por pesquisadores do Minneapolis VA Health Care System, nos EUA.
O estudo revelou que um grupo de pacientes que recebeu altas doses desta vitamina apresentou um declínio menor do raciocínio, e da memória e exigiu menos cuidados do que os indivíduos que receberam placebo.
A melhoria foi constatada em atividades do cotidiano como realizar tarefas de higiene pessoal, participar de uma conversa ou se vestir. Além de conseguir realizar essas tarefas por mais tempo, os pacientes que tomaram a vitamina precisaram de menos ajuda de cuidadores.
“Descobrimos que a vitamina E desacelerou significativamente o avanço da doença em comparação com o placebo”, explica Maurice Dysken, coordenador do estudo e especialista em geriatria.
O estudo envolveu mais de 600 pacientes com um quadro moderado de Alzheimer, e foi publicado esta semana na revista científica Journal of the American Medical Association.
O estudo
Um dos grupos recebeu uma dose alfa tocoferol, uma forma de vitamina E, muito superior à presente nos suplementos de vitaminas (que é de aproximadamente 67mg).
Ao outro foi administrado um remédio habitualmente usado para combater o Alzheimer, a memantina.
Um terceiro grupo recebeu uma combinação de vitamina E e memantina.
O último recebeu um placebo.
Resultado
Segundo os pesquisadores, os doentes que receberam apenas a vitamina E tiveram uma redução de 19% na percentagem anual de declínio cognitivo, em comparação com os que tomaram o placebo ao longo do acompanhamento feito, durante cerca de dois anos.
Na prática, esclarece Dysken, os pacientes que receberam as maiores doses de vitamina E desfrutaram de um atraso de mais de seis meses na progressão do Alzheimer, o que, de acordo com os cientistas norte-americanos, pode ser um grande benefício, já que o declínio experimentado pelo grupo do placebo significou, em muitos casos, a perda total de capacidade de se vestirem, ou tomarem banho sozinhos.
Além disso, os elementos do grupo da vitamina E exigiram, em média, menos duas horas de cuidados por dia.
Já a memantina e a combinação deste medicamento com a vitamina E não mostraram benefícios clínicos ao longo do ensaio.
Vitamina E
A vitamina E está presente na maioria dos alimentos de origem vegetal, como frutos secos e cereais integrais e também na gema de ovo.
O uso dela para travar a evolução do Alzheimer parece ser, para a equipe de Dysken, uma opção segura.
No entanto, se tomada em grandes quantidades, esta vitamina pode induzir a reações indesejadas na interação com outros medicamentos, como é o caso dos anticoagulantes.
O líder do estudo aconselha que os pacientes interessados em experimentar esta alternativa deverão sempre fazê-lo com acompanhamento médico.
Os especialistas alertam que a vitamina E não ajuda a desvendar a causa do Alzheimer e não abre caminho à cura, apenas prolongan a qualidade de vida do paciente.
Fonte: Só Notícia Boa com informações do Boas Notícias e BBC.