Futuros corredores em busca do calçado perfeito já podem sonhar com um tênis feito de material biossintético, que envolve os pés como uma segunda pele. Reagindo à pressão, ao impacto e ao movimento, o tênis aumentará o amortecimento quando necessário e será capaz até de se “consertar” durante a noite.
Desenvolvido pela designer e pesquisadora londrina Shamees Aden, o biotênis seria impresso em 3D com um material fabricado com tecnologia protocelular. Embora não tenham existência individual, as protocélulas são moléculas básicas capazes de produzir organismos vivos. Por meio dessa combinação de moléculas, os cientistas tentam gerar sistemas orgânicos artificiais que podem ser programados para reagir à luz, pressão e calor.
“Essas células têm a capacidade de inflar e desinflar, e de reagir à pressão”, contou Aden ao site Dezeen. “Enquanto você corre em diferentes terrenos e texturas, elas inflam ou desinflam dependendo da pressão aplicada, o que pode ser útil aos corredores”.
Como as protocélulas perderiam energia depois da corrida, os esportistas teriam que mergulhar os biotênis em um recipiente com um líquido protocelular para manter a saúde dos organismos. Aden explica que manter o tênis “funcionando” é como cuidar de uma planta, basta fornecer os recursos naturais certos para regenerar as células. O líquido em que os tênis são mergulhados também pode ser tingido com corante alimentar, permitindo que o calçado mude de cor.
Por enquanto, o tênis orgânico ainda é um conceito, mas Aden imagina que ele possa tornar realidade até 2050. Até lá, a designer usa o projeto para divulgar o potencial da tecnologia protocelular.
Fonte: CicloVivo, Matéria foi originalmente publicada em Discovery Esportes.