A Agência Espacial Americana (Nasa) vai testar um equipamento semelhante um um disco voador, que poderá levar pessoas a Marte. Trata-se de uma sonda planetária conhecida como “Desacelerador Supersônico de Baixa Densidade” (LDSD, na sigla em inglês), que permitirá um pouso suave no planeta.
Em junho, os moradores da pequena ilha havaiana de Kauai terão a visão incomum do equipamento “despencando” para a superfície do oceano, depois dele ser transportado até uma altura de 55 quilômetros por meio de uma combinação de foguetes e balões de alta altitude.
No auge do treinamento, o O LDSD vai alcançar a velocidade Mach 3,5. A partir daí, discos infláveis e um paraquedas gigantesco – que aumentará consideravelmente o arrasto atmosférico – permitirá a redução do ritmo de queda para Mach 2.
O objetivo do projeto é permitir o pouso de cargas maiores sobre a superfície de Marte – um planeta cuja fina atmosfera (apenas 1% mais densa que a da Terra ) faz a aterrissagem ser extremamente difícil.
– Pode parecer óbvio, mas a diferença entre o pouso e choque é a hora de parar. Para Marte, nós só temos duas opções: foguete ou arraste aerodinâmico – explicou à revista New Scientist o chefe do laboratório de propulsão da Nasa, Allen Chen.
A técnica testada pela agência já havia sido utilizada em 1976, quando a missão Viking implantou paraquedas e foguetes para soltar com segurança um par de sondas no planeta. No entanto, como os atuais robôs ficaram mais pesadas e complexos, os cientistas estão tendo dificuldade em assegurar uma descida segura.
Por que um projeto tão complexo?
A Nasa já havia desenvolvido uma estrutura tecnológica gigantesca para lançar o foguete que levou o veículo-robô Curiosity – de aproximadamente uma tonelada – à Marte. Na ocasião, a aproximadamente 20 metros do solo, um guindaste desceu o robô, que abriu seis “patas” com rodas e iniciou sua aventura no planeta.
No entanto, para missões humanas – que devem suportar pesos superiores a 100 toneladas -, o esforço terá de ser significativamente maior, já que o mecanismo de guindaste não funciona. Por isso a agência alega que será preciso desacelerador o supersônico a ser usado.
A Nasa acredita que o novo sistema de “disco voador” poderia suportar cargas entre 1 e 10 vezes mais pesado do que Curiosity. Os testes prosseguirão nos próximos dois anos.
FONTE: Defesa Aerea e Naval por O Globo