“O corvo sedento” é uma fábula clássica de Esopo na qual o corvo tenta beber de uma jarra, profunda demais para seu bico largo. Depois de pensar um tempo, o corvo decide encher a jarra de pedras, para que o nível da água subisse ao seu alcance. A história passa um recado: situações críticas estimulam a criatividade.
Ao longo dos anos, a ciência provou que Esopo estava certo ao escolher o corvo para sua fábula. A prova experimentada pelo pássaro, na antiga fábula, foi repetida por um grupo de cientistas da Universidade de Auckland, com corvos da Nova Caledônia, considerados os mais inteligentes de sua espécie, únicos não primatas capazes de fabricar ferramentas. Segundo os resultados, publicados pela revista PloS ONE, os animais responderam exatamente como no conto. Ou seja, com capacidade para detectar e analisar relações de causa e consequência, como fazem crianças entre 5 e 7 anos de idade.
A experiência ofereceu vários desafios ao animal, que pouco a pouco foi descartando as soluções não eficientes, em que as pedras foram substituídas por objetos flutuantes, ou onde o copo de água foi trocado por um tubo de areia.
Mais tarde, na medida em que o grau de dificuldade aumentou, os animais falharam em alguns testes, o que, segundo Sarah Jelbert, responsável pelo estudo, foi bastante surpreendente, pois representa um esclarecimento da força e limite de compreensão dos corvos. Vale destacar que os animais falharam, sobretudo em tarefas que violavam as regras de causas naturais, no entanto, as aves passaram no restante das provas, o que comprova sua compreensão causal intuitiva.
Fonte: Seu History