12 anos após parar de tomar os remédios do tratamento antirretroviral, uma jovem francesa de 18 anos – infectada pelo vírus da aids (HIV) quando ainda estava na barriga da mãe – está em remissão, a fase da doença em que não há sinais de atividade dela.
A garota não é considerada curada, mas está em ótimo estado de saúde, afirmou a pesquisa conduzida por Saez-Cirion. “Podemos detectar o HIV nas células, mas não detectamos a replicação viral no plasma”, explicou o cientista à AFP.
“Ainda não sabemos como a garota conseguiu controlar a infecção”, disse.
Ela não apresenta os fatores genéticos associados ao controle natural da infecção – observados num raro grupo de pacientes.
A informação foi apresentada pelo médico francês Asier Saez-Cirion, do Instituto Pasteur de Paris, durante a 8ª Conferência sobre a Patogênese do HIV, em Vancouver, Canadá.
A pesquisa mostra “que uma remissão prolongada após um tratamento precoce pode ser obtido numa criança infectada pelo HIV desde o nascimento”.
“É provável que ela esteja em remissão virológica há tanto tempo porque ela recebeu uma combinação de antirretrovirais logo após ter sido infectada”, descreveu o relatório.
A infecção
A jovem, cuja identidade não foi revelada, foi possivelmente infectada com o HIV no útero, ou durante o parto.
Quando ela tinha cinco anos, sua família saiu do programa de tratamento por razões desconhecidas.
Ao retornar ao tratamento médico um ano depois, verificou-se “que ela tinha uma carga viral indetectável”. Os médicos decidiram então não retomar o tratamento, e passaram a monitorá-la.
Os pesquisadores afirmaram que o caso raro reforça cada vez mais evidências em adultos de que iniciar o tratamento imediatamente após a infecção pelo HIV é essencial.
O caso “sugere que a remissão a longo prazo após o tratamento precoce é possível em crianças infectadas pelo HIV”, apontou o relatório.
Casos anteriores
Em 2013, houve um caso de um bebê do estado americano do Mississippi que, depois de um tratamento agressivo contra o HIV, controlou a infecção por um período de 27 meses sem tratamento, antes de ela voltar.
A remissão duradoura também foi constatada em um grupo de 14 pacientes franceses conhecidos como o “estudo Visconti”.
Eles começaram o tratamento 10 semanas depois da infecção e permaneceram tomando as drogas por uma média de três anos.
Depois de interromper o tratamento, a maioria tinha um nível tão baixo do vírus em seu corpo que permaneceu indetectável por mais de sete anos.
Fonte: Só Notícia Boa com informações da AFP/G1/AgenciaAids