O composto fosfoetanolamina, mais conhecido como “pílula do câncer”, começou a ser testado em humanos nesta segunda-feira (21/07) no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Ices).
Nesta fase inicial, a substância será avaliada em 10 pacientes para determinar a segurança da dose.
Se não apresentar efeitos colaterais, a pesquisa seguirá com mais 200 pacientes.
Os testes
São 10 tipos de câncer diferentes incluídos nos testes, ou seja, 21 indivíduos com cada tipo da doença receberão três comprimidos da fosfoetanolamina.
Essa fase onde 210 pacientes participarão da pesquisa deverá durar cerca de seis meses.
O início dos testes foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde.
Regras
Se pelo menos três pacientes de cada um desses grupos de câncer apresentar uma melhora no quadro de saúde, devido à pílula, o governo deverá liberar mais uma fase do estudo e chamar mais 80 indivíduos.
No total, até mil pessoas poderão participar do processo. A pesquisa deverá demorar dois anos.
Caso nenhum dos 210 pacientes iniciais apresente qualquer melhora ou sintoma, o estudo será encerrado no prazo estipulado de até seis meses.
“[Escolhemos] pacientes em tratamento no instituto. Não haverá a inscrição de pacientes de fora [para os testes], pelo menos não neste primeiro momento”, disse Paulo Marcelo G. Hoff., vice-presidente do Icesp.
“Nós achamos que era mais justo tratar os pacientes que já são da instituição. Ou seja, não há nenhum favorecimento. A escolha será feita baseada nos critérios de inclusão e exclusão que estão muito bem determinados para cada um dos 10 grupos [de câncer]”, completou.
Os escolhidos
Os pacientes escolhidos buscaram os médicos no Sistema Único de Saúde (SUS) e não estão em estado terminal, segundo Hoff.
Ele diz que os indivíduos escolhidos não têm outra opção de tratamento curativo disponível e estão em condição física pra responder aos testes.
Além disso, os pacientes não deverão receber nenhum tipo de medicamento durante o processo.
O critério é estar dois meses sem o tratamento tradicional, sem qualquer impacto na expectativa de sobrevida durante os próximos meses.
A pílula
A substância foi encaminhada para o Icesp pela Fundação para o Remédio Popular (Furp) – laboratório oficial da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
De acordo com o governo do estado, há cápsulas suficientes para a realização da pesquisa.
A sintetização da fosfoetanolamina, que será testada em humanos, foi feita pelo laboratório PDT Pharma, do município de Cravinhos, no interior de São Paulo.
A Furp apenas encapsulou a substância. Ainda de acordo com o governo, o pesquisador da USP de São Carlos, Gilberto Chierice, que desenvolveu uma forma de sintetizar a substância, está acompanhando os testes.
Os tipos de câncer que serão contemplados nos testes serão: cabeça e pescoço, pulmão, mama, colo e reto, fígado, pâncreas, melanoma, gástrico, colo uterino e próstata.
Fonte: Só Notícia Boa com informações do G1.