No mundo em que vivemos, com tantos compromissos e com tantos atrativos uma pergunta sempre podemos fazer: O que estou fazendo do meu tempo?
Não tenho tempo para ir à academia, para brincar com os meus filhos, para assumir mais compromissos e por aí a fora. Interessante é que se algum tempo atrás alguém dissesse que teria um telefone de bolso para se comunicar, um computador portátil que lhe permitisse ficar conectado com o mundo, e que a humanidade ganharia mais tempo, com certeza seria tido na conta de um sonhador.
No entanto tudo isso aconteceu. Ficamos vinte quatro horas on-line, plugados nas redes sociais, com a nossa caixa abarrotada de e-mails, e com a obrigação de atender o celular a todo instante.
Essas facilidades que o progresso nos trouxe, certamente têm um fim providencial e útil, que é o de oferecer ao ser humano mais tempo para ele se dedicar à busca de valores espirituais. Porem não é isso que vemos. Observa-se muito tempo gasto com frivolidades. Quem está nas redes sociais vê quantas coisas são compartilhadas, que não acrescentam absolutamente nada a ninguém. Ironias, ataques a líderes religiosos, piadas de mau gosto etc.
“Quanto tempo perdemos em futilidades, em companhias desagradáveis ou simplesmente ficamos ociosos, dispensando oportunidades de serviço e evolução”?
Muito difícil é o caminho da evolução espiritual e essa estada na Terra certamente não é a nossa primeira…
“Uma existência é um ato.
Um corpo – uma veste.
Um século – um dia.
Um serviço – uma experiência.
Um triunfo – uma aquisição.
Uma morte – um sopro renovador.
Quantas existências, quantos corpos, quantos séculos, quantos serviços, quantos triunfos, quantas mortes necessitamos ainda?”
Esta pergunta feita por André Luiz na mensagem de apresentação do livro Nosso Lar desperta em nós uma sensação de necessidade de melhor aproveitar o nosso tempo.
O que observamos nos dias atuais é que as pessoas se comunicam com o mundo exterior com uma facilidade extraordinária, que contatam os mais distantes com certa frequência, mais muitas vezes não observam com cuidado as necessidades dos próximos mais próximos, que são os seus próprios familiares.
Uma coisa é certa: O tempo deve-se adaptar às nossas necessidades, ou seja, devemos priorizar aquilo que é importante para nós e colocar estas atividades na frente. Desta forma podemos nos programar além do trabalho, das redes sociais, da vida social, e ao mesmo tempo cuidar da vida espiritual, da casa, da família. Afinal o grande segredo e o grande desafio é encontrar este ponto de equilíbrio, pois tempo é aquele orientador incansável que ensina a cada um de nós, hoje, amanhã e sempre que ninguém pode realmente brincar de viver.
Valentim Fernandes. Reside na cidade de Matão e é espírita desde 1989. É presidente do conselho deliberativo e diretor de doutrina do Centro Espírita Allan Kardec. Realiza palestras nas cidades da região sempre abordando temas do Evangelho.