Calço inteligente estabiliza pés de mesas e de humanos

Nada mais incômodo do que uma mesa ou uma cadeira “mancas”, cujos pés não se ajustam ao piso.

O problema é muito maior na indústria, onde qualquer desajuste no apoio de uma máquina vai significar vibrações, mais consumo de energia e uma quebra certeira.

Sapatos novos são outro exemplo de desajuste incômodo causado por formatos que não se encaixam – neste caso, o seu pé e o próprio sapato.

A solução para situações tão diferentes está nascendo na forma de um material que é simultaneamente rígido e fluido – é o que os pesquisadores chamam de sólido viscoelástico.

O material pode ser colocado como um calço embaixo do pé da mesa ou da máquina, onde se conforma ao formato do desajuste entre as duas superfícies, preenchendo perfeitamente o espaçamento.

O exemplo é bom, mas as utilizações desse “calço anatômico” vão muito além de evitar que mesas e máquinas balancem.

Palmilhas verdadeiramente anatômicas, encaixes para próteses, empunhaduras para ferramentas e equipamentos esportivos são outros exemplos, que poderiam ser listados à exaustão.

Espuma com memória

Segundo seus criadores, o material é uma espécie de “espuma com memória”, sempre voltando ao seu formato original – com a vantagem de ser resistente e elástico.

“Ele se encaixa em uma estampa, conformando-se ao formato, por exemplo, de um pé, mas ele pode retornar ao seu formato original, que pode ser plano ou qualquer outro,” explica Lou Bloomfield, da Universidade da Virgínia, criador do material, que ele afirma ser o “equivalente molecular ao Velcro™”.

Como é plástico, o material pode se conformar a detalhes muito precisos, como uma impressão digital.

E, para torná-lo ainda mais prático, o material viscoelástico gruda nele próprio, mas sujeira e poeira podem ser removidos com um espanador.

“Imagine se seus sapatos novos se adaptarem aos seus pés para lhe dar a mesma sensação que seu sapato velho apenas alguns segundos depois de você comprá-los,” exemplifica o pesquisador, que já está em negociações com indústrias interessadas em fabricar o novo material.

Fonte: Inovação Tecnológica