Estudante de engenharia cria a primeira impressora 3D comercial do Brasil

Quando criança, Rodrigo Krug fabricava brinquedos de madeira com o pai, carpinteiro. Agora, ele está por trás da primeira impressora comercial 3D brasileira. Lançada em maio do ano passado pela Cliever, startup de Porto Alegre criada por Rodrigo, de 26 anos, a máquina já é usada por empresas como Embraer e Intelbrás na criação de protótipos — se a fabricante de aviões, por exemplo, precisa testar um novo trinco ou parafuso, produz a peça com a impressora e checa se o formato encaixa na aeronave. Nos primeiros cinco meses após o lançamento da Cliever, foram vendidas 32 impressoras. Outras 100 estão encomendadas, quase todas para indústrias e empresas.

A máquina cria, camada por camada, objetos de qualquer formato com medidas de até 10 cm de altura e 18 cm de largura e comprimento. A “tinta” é um filamento de 3 mm do mesmo plástico usado na produção do Lego, aquecido até ficar maleável.

Vendida por R$ 4,5 mil, mesma faixa das estrangeiras, a maior inovação é ser fácil de usar. O equipamento é entregue pronto para imprimir enquanto os gringos exigem ajustes, muitas vezes complicados. “Uma criança pode usar minha impressora”, diz. Além disso, a assistência técnica é local e o software, o Replicator G, é de código aberto e pode ser alterado pelos usuários.

Rodrigo teve a ideia em 2009 quando notou que das 5 mil impressoras vendidas até então pela empresa americana MakerBot, 230 tinham vindo para o Brasil. “Era hora de fabricar aqui”, diz. Fez, então, uma pausa nos estudos de engenharia de controle e automação, tirou R$ 120 mil do próprio bolso e, em dois anos, criou o primeiro protótipo.

O negócio promete. Somente nos EUA, o mercado de impressoras 3D está estimado em US$ 5 bilhões. Calçados, maquetes, moldes dentários, protótipos, ferramentas, bijuterias. Em breve, praticamente qualquer coisa deverá ser produzida numa impressora 3D. Rodrigo já está dentro desse mercado, que só vai se reproduzir.

Fonte: Revista Galileu