Um projeto experimental da Justiça está colocando presos para reformar casas de pessoas carentes, ajudando na recuperação dos imóveis e também dos detentos em Taubaté, interior de São Paulo. A iniciativa tem parceria com algumas empresas que cederam os materiais de construção.
Na casa que está sendo reformada, o trabalho é feito por 12 homens que cumprem pena no Presídio Edgar Magalhães Noronha (Pemano) de Tremembé. Eles estão em processo de ressocialização e foram selecionados para integrar o grupo de pedreiros responsáveis pela reforma do imóvel.
Os presos recebem salário e o trabalho traz o benefício da redução da pena, mas segundo eles o ponto mais positivo é a oportunidade de conviver novamente com a sociedade. “A gente pode, primeiramente, mostrar para nós mesmos que a gente tem a oportunidade de ter um estilo de vida diferente e mostrando também para a sociedade”, disse o detento Wesley Oliveira.
Quem mora na casa, aprova o projeto. A casa de Renata Pires de Sampaio chegou a ser condenada pela Defesa Civil e agora está nos últimos ajustes da reforma. “Dá mais segurança, porque uma coisa que eu não tinha antes eu vou ter agora, como dormir em paz e não ter medo das chuvas”, disse Renata.
A idéia de fazer o projeto em Taubaté partiu da juíza de Execuções Criminais, Sueli Zeraik Oliveira Armani. “É extremamente necessário que essa reintegração se dê de forma conveniente não só para o preso, mas também para a comunidade de onde ele saiu e para onde ele vai voltar”, afirma a juíza.
Para o Ministério Público, ações como esta podem ajudar a diminuir a criminalidade. “Quando você oferta ao preso a oportunidade de também colaborar com mudanças sociais, ele se sente muito mais importante, e inclusive, motivado a mudar de comportamento e voltar a uma vida lícita”, disse o promotor Paulo José de Palma.
A casa que está sendo reformada foi escolhida por meio da sociedade São Vicente de Paulo. Se o projeto for levado adiante, a Justiça e as empresas parceiras vão definir critérios para a escolha das famílias que serão beneficiadas. “Espero uma oportunidade através disso, para poder concluir o resto da minha vida. Esse é o apoio que eu precisava”, disse o detento Lucas Romão da Silva.
Fonte: G1