Uma exposição recém-inaugurada pelo Museu Nacional do Ar e do Espaço, do Instituto Smithsonian, nos EUA, revela imagens em raio X de antigos objetos usados em missões da agência espacial americana (Nasa). A ideia é destacar a criatividade por trás dos fatos que permitiram aos seres humanos explorar a Lua e aspirar distâncias ainda maiores.
A mostra “Suited for space” (Adequados para o espaço), em cartaz em Washington desde o dia 26 de julho, também traça a evolução dos trajes espaciais, desde as roupas destinadas a voos em grandes altitudes na década de 1930 até as fabricadas no início da era espacial, com as missões Mercury, Gemini e Apollo, além de toda a geração seguinte de ônibus espaciais.
Uma das radiografias apresentadas na exposição é de um capacete espacial A4-H, utilizado por um astronauta em 1964 (acima).
Outra foto de raio X (abaixo) revela uma bota extraveicular projetada para ser usada sobre o calçado do astronauta Alan Shepard, da missão Apollo 14, enquanto ele caminhava pela Lua, em fevereiro de 1971.
Por meio dessas imagens, é possível ver como essas peças eram por dentro e quanto foi usado ou não de tecnologia para construí-las. Os registros em raio X são os primeiros já criados para estudar e preservar essas roupas espaciais, pois, após cerca de 50 anos, alguns materiais já estão se decompondo, perdendo a cor ou ficando rígidos.
Segundo a curadora da exposição, Cathleen Lewis, em entrevista ao site do canal de TV Fox News, essas imagens permitem aos visitantes ver além do olho nu, através das camadas de proteção das roupas, revelando as subestruturas embutidas ali dentro.
Ela destacou ainda que, embora a tecnologia disponível na época tenha norteado a maior parte das roupas, para proteger os astronautas do vácuo e da radiação solar, a estética da moda também desempenhou um papel importante no design. Por exemplo, no Projeto Mercury, a primeira missão tripulada de exploração feita pela Nasa, entre 1959 e 1963, os sete astronautas vestiam roupas espaciais com um revestimento prateado, não militar, para apresentar ao mundo inteiro os “exploradores da América”, de acordo com Cathleen.
“Todos esses engenheiros cresceram vendo ficção científica. Isso os alimentou com ideias”, afirmou a curadora da exposição do Smithsonian.
Depois de passar pela capital americana, a mostra vai percorrer outras dez cidades do país até 2015, como Filadélfia e Seattle.
(Raio X de bota extraveicular usada sobre calçado do astronauta Alan Shepard, da missão Apollo 14, enquanto andava pela Lua, em 1971 – Foto: Mark Avin/Museu Nacional do Ar e do Espaço do Instituto Smithsonian/AP)