Um novo estudo da Universidade da Virgínia (EUA) vem comprovar que o cérebro humano sente as ameaças dirigidas a amigos ou familiares como se fossem ameaçadas pessoais: uma reação que promove a entreajuda e a empatia.
A equipa da universidade recorreu a imagens do cérebro obtidas através de ressonância magnética para confirmar o sentimento de proximidade e empatia que existe entre familiares e amigos. O estudo foi publicado na edição de Agosto do jornal Social Cognitive and Affective Neuroscience.
Coan e a sua equipa estudaram 22 jovens adultos cujas reações cerebrais foram analisadas. Durante os testes, os participantes receberam ameaças de choques elétricos. Depois, pessoas próximas dos participantes e pessoas estranhas também foram alvo das mesmas ameaças.
Os investigadores confirmaram que as áreas do cérebro responsáveis pela resposta emocional a uma ameaça tornaram-se ativas quando os participantes recebiam a ameaça de choque.
Já quando um choque era dirigido a um estranho, o cérebro mostrava pouco atividade nessas mesmas regiões. Mas quando o choque era dirigido a um amigo ou alguém próximo, a atividade do participante era quase idêntica à registada quando a ameaça era destinada a si próprio.
“Relações de amizade tornam as pessoas mais fortes”
“Sentimo-nos literalmente ameaçados quando um amigo também é ameaçado”, diz James Coan, professor de psicologia da Universidade da Virgínia que conduziu a investigação.
“O estudo indica que o nosso cérebro tem uma enorme capacidade de criar espaço para os outros e que as pessoas que nos são próximas se tornam parte de nós, e isso não é uma metáfora ou poesia, é mesmo real”, diz o psicólogo Coan.
O investigador considera que esta reação cerebral conduz a sentimentos como a empatia e considera esta capacidade fundamental no processo evolutivo.
“Sentimos ameaças quando sentimos que nos podem retirar recursos. As as relações de amizade tornam as pessoas mais fortes porque os seus recursos aumentam. O objetivo do outro torna-se o meu objetivo. É um fenômeno que faz parte da nossa sobrevivência”, remata o investigador.
Fonte: Boas Notícias