Saiba como descartar lâmpadas fluorescentes de forma adequada

Após a implantação de uma política de eficiência energética pelo Governo, as tradicionais lâmpadas incandescentes têm desaparecido aos poucos das prateleiras de varejistas. Elas vêm sendo substituídas por lâmpadas fluorescentes tubulares ou compactas, que são mais econômicas. No entanto, esses novos produtos contam com materiais químicos que apresentam riscos e, por isso, precisam ser descartados de forma correta.

O ideal é levar a lâmpada fluorescente intacta e embrulhada em folhas de jornal até um ponto de descarte. Em caso de quebra, são necessários alguns cuidados.

Num primeiro momento, é importante que a pessoa abra as janelas do ambiente, deixando o ar entrar para dispersar os materiais tóxicos presentes dentro da lâmpada. Na sequência, a pessoa deve recolher os cacos de vidro maiores em uma folha de jornal.

Por soltar um pequeno pó (que também contém material tóxico) durante a quebra, é recomendável que esse material seja recolhido umedecendo uma folha de jornal e passando pelo local.

Por fim, tudo deve ser reunido em um só monte de jornal e ser levado a um ponto de descarte.

É possível descartar lâmpadas fluorescentes encontrando pontos de descarte com o site eCycle, que apresenta resultados baseado na localização da pessoa.

Problemas

“O problema da lâmpada fluorescente é que ela contém mercúrio. Esse elemento químico, quando entra em contato com a água, por exemplo, pode contaminá-la e torná-la imprópria para uso”, afirmou Reinaldo Lopes, professor de engenharia elétrica da FEI (Fundação Educacional Inaciana).

O mercúrio presente em uma lâmpada fluorescente quebrada não é o suficiente para prejudicar quem a manuseia. No entanto, se for considerado que várias pessoas descartam esse tipo de produto como lixo tradicional, esse material passa a oferecer riscos.

“Quebrar duas ou três [lâmpadas] não vai prejudicar. A situação começa a ficar grave quando há mais de cem lâmpadas sendo quebradas de uma só vez”, afirmou Mario Sebben, diretor-presidente da Apliquim Brasil Recicle, uma companhia de reciclagem dos materiais de modelos fluorescentes.

O contato com mercúrio em excesso pode causar diarreia, dor de estômago, sangramento, entre outros sintomas.

Desde 2010 já existe a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que determina diretrizes de como o país deve tratar o lixo recolhido. A importância da coleta de lâmpadas fluorescente está na legislação. No entanto, ainda está em trâmite como isso deve ocorrer.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o processo está em discussão e o governo tem recebido propostas das partes envolvidas (fabricantes e a sociedade civil) de como as companhias devem colocar em prática a coleta desses materiais.

De acordo com a Abilux (Associação Brasileira da Indústria da Iluminação), o processo de logística reversa (política que responsabiliza as fabricantes pela reciclagem do produto) para esse tipo de lâmpada custa quase o preço de uma unidade. Para tentar fazer com que o negócio seja sustentável, a associação sugere o controle de licenças de importação desses produtos, que são majoritariamente fabricados fora do Brasil.

Enquanto não há uma legislação que obrigue os fabricantes a cuidarem da reciclagem desses materiais, alguns varejistas e comércios disponibilizam espaços em suas lojas para clientes depositarem lâmpadas fluorescentes.

Por que as incandescentes estão acabando?

As tradicionais lâmpadas incandescentes estão ficando cada vez mais difíceis de achar. Isso tem ocorrido em função de um cronograma estabelecido pelo governo que determina o uso de dispositivos com melhor eficiência energética. Ou seja: que gastam menos energia, mas com a mesma luminosidade.

Lâmpada incandescente (e) tem sido trocada por lâmpada fluorescente (d) em função da eficiência energética

Junho de 2014 é a data limite para o fim das vendas de modelos com até 100 watts de potência. Segundo o calendário, até junho de 2016 não deve haver mais nenhum tipo de lâmpada com essa tecnologia no mercado brasileiro. Após essa data, só serão comercializadas lâmpadas incandescentes que atendam aos requisitos do governo.

As alternativas às lâmpadas incandescentes são: as fluorescentes as de Led. O primeiro tipo tem sido mais adotado em função do preço (é possível achar modelos a partir de R$ 5). Já as de Led são vendidas a um valor mais elevado (é possível achá-las a partir de R$ 35) – no entanto, são mais eficientes e podem durar décadas.

A título de comparação, uma lâmpada fluorescente de 40 W emite 2.500 lúmens (medida da quantidade de luz produzida), enquanto uma lâmpada incandescente de 60 W tem cerca de 900 lúmens. Isso faz com que a primeira use bem menos energia para iluminar do que a segunda.

Segundo um levantamento da Abilux, a troca de uma lâmpada incandescente convencional de 100 W por uma fluorescente compacta de 23 W pode trazer uma economia de R$ 30 em um ano.

Fonte: UOL