O ano mal começou, mas a comunidade científica já se prepara para acompanhar de perto os eventos astronômicos mais importantes de 2014. Um deles acontece em outubro, e envolve a possível rota de colisão de um cometa com Marte. A observação desse tipo de impacto com o planeta vizinho que possui a atmosfera mais semelhante à que existia na Terra há bilhões de anos poderia ajudar na compreensão do que já ocorreu no nosso planeta e, por consequência, sua evolução até onde o conhecemos.
O cometa C/2013 A1 foi descoberto há pouco mais de um ano pelo caçador de asteroides Robert H. McNaught. Trata-se do 74°corpo celeste desse tipo detectado pelo astrônomo escocês-australiano. McNaught utilizou o Telescópio Uppsala Schmidt, de 50 metros, instalado no Observatório Siding Spring, na Austrália. Com o diâmetro entre 8 e 50 km, o “Siding Spring” (para os mais íntimos) passará, esse ano, a 101 mil km de Marte, o que em distâncias astronômicas significa “passar de raspão”.
A possibilidade do cometa se chocar com o Planeta Vermelho é pequena, mas não pode ser descartada devido à falta de precisão das observações atuais. Leonid Elenin, outro astrônomo respeitado do Instituto de Matemática Aplicada Keldysh, na Rússia, advertiu que o Siding Spring pode passar a apenas 41.300 km do centro de Marte. No caso de um impacto, a colisão criaria uma cratera de até 2 km de profundidade e 10 vezes o diâmetro do núcleo do cometa. A energia do impacto poderia chegar a 2×1010 megatons, o equivalente à centenas de milhões de vezes do que foi liberado pela bomba de Hiroshima.
Fonte: Seu History