“Desistamos de reivindicações, privilégios, prêmios ou honrarias de superfície, porquanto urge aspirarmos à medalha invisível do dever retamente cumprido que nos brilhe na consciência e a carta-branca do livre arbítrio que nos amplie o campo de ação no bem puro.”
Caírbar Schutel, Psicografia de Chico Xavier. Do livro Ideal Espírita
Já estamos na segunda quinzena do mês de janeiro, de um ano que teremos além daqueles eventos que são tradicionais, como o carnaval e os tão esperados feriados prolongados, a copa do mundo e as eleições presidenciais.
Provavelmente, muitas pessoas fizeram os seus planos para este ano. Muitos deles, ainda que passados pouco mais de quinze dias já foram esquecidos. O que acontece efetivamente é que estas pessoas têm apenas o desejo, sem nenhum planejamento.
Mais do que querer precisamos querer de maneira consciente, e ter disposição para realizar aos poucos o que buscamos, para que na medida do possível, fiquemos mais próximos de concluir os objetivos desejados.
Somos os construtores do nosso destino, responsáveis pelos nossos atos, da felicidade ou de nossa infelicidade. Carnaval, feriados prolongados com direito a viagens e praias, copa do mundo e eleições presidências são eventos passageiros e que fazem parte da nossa vida material. No entanto, não podemos esquecer que como espíritos imortais que somos as nossas resoluções e planejamentos precisam levar em conta essa imortalidade. André Luiz, ainda através da mediunidade de Francisco Candido Xavier, no livro Opinião Espírita nos dá algumas dicas importantes sobre isso quando diz:
“Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino…
Somos tangidos por fatos e problemas a exigirem a manifestação de nossa vontade em todas as circunstâncias.
Muito embora disponhamos de recursos infinitos de escolha para assumir gesto determinado ou desenvolver certa ação, invariavelmente, estamos constrangidos a optar por um só caminho, de cada vez, para expressar os desígnios pessoais na construção do destino.
Conquanto possamos caminhar mil léguas, somente progredimos em substância avançando passo a passo.
Daí, a importância da existência terrena, temporária e limitada em muitos ângulos, porém rica e promissora quanto aos ensejos que nos faculta para automatizar o bem, no campo de nós mesmos, mediante a possibilidade de sermos bons para os outros.
Decisão é necessidade permanente.
Nossa vontade não pode ser multipartida.
Ideia, verbo e atitude exprimem resoluções de nossas almas, a frutificarem bênçãos de alegria ou lições de reajuste no próprio íntimo.
Vacilação é sintoma de fraqueza moral, tanto quanto desânimo é sinal de doença.
Certeza no bem denuncia felicidade real e confiança de hoje indica serenidade futura.
Progresso é fruto de escolha.
Não há nobre desincumbência com flexibilidade de intenção.
Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino…
Se a eventualidade da sementeira é infinita, a fatalidade da colheita é inalienável.
Guardas contigo tesouros de experiências acumulados em milênios de luta que podem crescer, aqui e agora, a critério do teu alvitre.
Recorda que o berço de teu espírito fulge longe da existência terrestre.
O objetivo da perfeição é inevitável benção de Deus e a perenidade da vida constitui o prazo de nosso burilamento, entretanto, o minuto que vives é o veículo da oportunidade para a seleção de valores, obedecendo a horário certo e revelando condições próprias, no ilimitado caminho da evolução. [Decisão, E – Cap. XXIV – Item 15]
Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino…”
Daí a pergunta: O que planejamos? Levamos em consideração algum desses aspectos, ou ficamos apenas no desejo de realizar algo? A resposta só nós mesmos sabemos!
Valentim Fernandes. Reside na cidade de Matão e é espírita desde 1989. É presidente do conselho deliberativo e diretor de doutrina do Centro Espírita Allan Kardec. Realiza palestras nas cidades da região sempre abordando temas do Evangelho.