Coração pode se reparar por si mesmo, afirma novo estudo

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Em um desafio aos atuais conhecimentos da medicina, um grupo de cientistas descobriu indícios de que o coração humano pode se reconstruir sozinho, segundo estudo publicado nesta quinta-feira no New England Journal of Medicine.

Por muito tempo, os médicos consideraram que o estrago causado por um infarto ou por outro mal era irreversível e que o coração não podia regenerar seu tecido como fazem outros órgãos. No entanto, essa crença foi abalada por uma recente pesquisa.

Um grupo de cientistas norte-americanos e italianos demostrou, no ano passado, que as células do músculo cardíaco se multiplicam logo após um infarto.

Agora, eles provaram que nas pessoas submetidas a um transplante de coração, as células primitivas do paciente viajam ao novo órgão e desenvolvem novos músculos e vasos sangüíneos.

Os pesquisadores estudaram um grupo de pacientes que recebeu corações transplantados de mulheres e descobriram células de homens nos órgãos femininos doados.

A descoberta poderia ajudar os cientistas a desenvolver tratamentos para a recuperação de corações doentes.

“Antes, existiam indícios nos estudos com animais de que as células podiam migrar, mas essa é a primeira demonstração em humanos de que esse efeito é possível”, disse John Fakunding, do Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue dos Estados Unidos, que ajudou a financiar o estudo.

Os pesquisadores descobriram que o músculo cardíaco e os vasos sangüíneos cresciam rapidamente nos novos corações logo após os transplantes. Eles calcularam que até uma quinta parte do coração doado tinha sido reconstruída pelas células do receptor.

“Isso mostra claramente que o coração tem a capacidade de se regenerar”, disse o dr. Roberto Bolli, da Universidade de Louisville, que escreveu um editorial sobre o estudo.

“Será uma descoberta revolucionária se aprendermos como explorar esse fenômeno com propósitos terapêuticos”.

Fonte: Saúde em Movimento com informações da Associated Press