Estudo científico comprova informações reveladas em livro de Chico Xavier, 60 anos depois¹
João Ascenso, psicólogo e pesquisador do Rio de Janeiro, ex-mestrando do King´s College de Londres, deu uma série de palestras em Londres e nos Estados Unidos, no mês de junho, sobre um estudo que traz prova científica sobre informações fornecidas no livro “No Mundo Maior”, de André Luiz e Chico Xavier.
Na obra, publicada em 1947, o mentor de André Luiz, Calderaro, explica que o cérebro se divide, de acordo com suas funções, em três partes.
A parte anterior, ligada à medula, guarda o arquivo do passado, das experiências acumuladas em sucessivas reencarnações. É a parte do cérebro responsável pelas funções instintivas, mais materiais.
A parte central é a que tem maior atividade. É o presente, onde se processam as informações necessárias para o agora, o aprendizado, o trabalho. A parte da frente, posterior, é ativada quando temos sentimentos mais nobres, de caridade, amor, fé.
Em suma, nosso cérebro guarda em si as experiências do passado, nos permite aprender e trabalhar no presente e abriga também os sentimentos mais nobres, que nos levam a um futuro de evolução espiritual.
João Ascenso destacou em sua palestra que pouco ou nada se sabia em 1947 sobre as funções dessa parte posterior do cérebro. O próprio mentor Calderaro faz referência no livro psicografado por Chico Xavier ao desconhecimento da ciência da época sobre esse assunto. Pouco a pouco, as funções do cérebro foram sendo desvendadas, mas Ascenso diz que só no ano de 2006, quase 60 anos depois da obra de André Luiz e Chico Xavier, surgiu o primeiro estudo comprovando cientificamente o que havia sido revelado pela espiritualidade no pós-guerra. João Ascenso estava nos Estados Unidos e tomou conhecimento do estudo, feito por um grupo de cientistas sem nenhum conhecimento espírita, entre eles o brasileiro Jorge Moll Neto.
A experiência foi feita do seguinte modo: um grupo de voluntários foi submetido ao processo de ressonância magnética funcional do cérebro.
Os voluntários responderam a três perguntas, apertando um botão para optar entre sim e não:
1 – Você gostaria de receber uma quantia em dinheiro, agora, de graça?
2 – Você gostaria de fazer uma doação para instituição de caridade? Mas é uma doação só em intenção, só para fins deste estudo, você não vai precisar desembolsar o seu dinheiro.
3 – Você gostaria de fazer uma doação de verdade para instituição de caridade? O dinheiro (mais de US$ 5,00) vai ser retirado da sua conta.
Nos três casos, verificou-se que a parte do cérebro responsável pelo prazer sensorial (sexo, consumo de chocolate, café, drogas) dos voluntários que responderam “sim”, foi ativado. Ou seja, para o organismo não há diferença entre o prazer sensorial e o prazer espiritual. Ao fazer uma doação, você se sente tão bem do ponto de vista físico como ao ganhar dinheiro ou comer chocolate. No caso da doação formal, sem dispêndio, houve ativação no cérebro também de parte do cérebro ligada ao amor entre pais e filhos.
O resultado surpreendeu os cientistas, que ofereceram a seguinte explicação: este é um sentimento de extensão do amor filial. Você ao ajudar alguém está de certa forma reproduzindo o sentimento de amor e apego pelos próprios filhos.
Ascenso disse que esta descoberta é mais uma prova da beleza e acuidade científica dos ensinos de Jesus Cristo. É o amor universal, é o que Cristo queria dizer quando ensinou que devemos amar a todos como irmãos, que o amor não deveria ser exclusivo aos nossos familiares mais próximos.
A parte final da pesquisa é a comprovação que faltava à ciência para os ensinamentos de Calderaro a André Luiz, e Chico Xavier, na década de 40. O estudo mostrou que a pessoa, ao fazer uma doação à instituição de caridade, ao fazer o bem de verdade, tirando do próprio bolso, ativa a parte mais frontal do cérebro (além de ativar o centro de prazer e a parte relativa ao amor entre pais e filhos).
A parte mais posterior do nosso cérebro é ativada, a parte relativa aos sentimentos mais nobres do ser humano. “É o que São Francisco de Assis quis dizer com sua máxima – é dando que se recebe. Ao doar, você se beneficia, se sente bem.”
As descobertas do estudo foram publicadas em artigo na primeira página do conceituado jornal norte-americano, Washington Post, na ocasião. Só em 2006 a ciência comprovou o que foi escrito em 1947.
A ciência mostra que, não devemos nos concentrar com excesso nem na parte anterior nem posterior do cérebro, embora não possamos desprezá-las. “Quem se concentra na parte anterior, ligada à medula, vive no passado e tem tendência à depressão. Na parte central, está o trabalho, o agora. Só no presente podemos modificar nosso futuro, usando-se as experiências do passado e procurando-se também corrigir os vícios – que quase todos temos. Mas quem vive só no presente, ativando só a parte central do cérebro, não planeja o futuro, não aprende com o passado, fica hiperativo e trabalha sem parar. Não consegue ser feliz. E quem só se preocupa com os sentimentos nobres, a parte frontal do cérebro, sem nada realizar – caso dos mosteiros da Idade Média – não contribui para a sociedade e não consegue modificar seu destino.”
O que a ciência revela agora, é a importância do equilíbrio. “O estudo com voluntários mostrou que não há diferença, para o corpo humano, entre o prazer dos sentidos e o prazer espiritual. Portanto, quando estamos ajudando e fazendo caridade, nos sentimos bem. A diferença está na intenção. A pessoa pode comer uma barra de chocolate para ter uma sensação de prazer. Mas ao fazer o bem, o prazer vem como consequência da ação. Você toma uma iniciativa, movido pelos sentimentos mais nobres, e como resultado, se sente bem, realizado.”
https://youtu.be/qpucsDntmWc
João Ascenso, trabalha no Rio de Janeiro com o Dr Jorge Moll Netto, na Unidade de Neurociência Cognitiva e Comportamental da Rede D´Or. MOLL, J., KRUEGER, F., ZAHN, R., PARDINI, M., OLIVEIRA-SOUZA, R., GRAFMAN, J. Human fronto-mesolimbic networks guide decisions about charitable donation. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America. v.103, p.15623;10.1073/p – 15628, 2006.
Faça o download do livro, Clique Aqui : No Mundo Maior – 1947
Fonte: com informações de Valdir F. Monteiro e Iara A. P. Monteiro, São José do Rio Preto-SP
Colaborou: Carmine Tucci