Morrie Boogaart é um velhinho de 91 anos.
Ele tem câncer e está internado em uma casa de repouso, mas, ao contrário do que todos pensam, ele não passa o tempo pensando na morte.
O que ele mais quer é espalhar a esperança todos os dias de sua vida e, para alcançar seu objetivo, ele decidiu que quer fazer a diferença para os moradores de rua e deixar a sua marca no mundo quando partir.
“Há muitos moradores de rua”, diz o velhinho, enquanto seus dedos movem habilidosamente os fios de lã grená e branco, que estão formando um gorro. “Missão Mel Trotter, Exército da Salvação… Eu os faço para quem precisa de gorros”.
Mas, afinal, de quantos gorros estamos falando mesmo?
Morrie, que agora mora no Lar para Idosos Cambridge Manor in Grandville, responde: “Eu já perdi as contas… Parei de contar quando passei dos 8 mil”.
Como tudo começou
A arte de criar algo do nada com o simples propósito de fazer outra pessoa feliz, não é uma novidade para o simpático velhinho. Como o antigo dono da Padaria Bergsma, criar coisas foi como escolheu viver sua vida.
“Quando eu era garoto, se minha mãe me dissesse para pegar um pãozinho da padaria antes de ir para a escola, eu entrava de fininho pela porta de trás, pegava o pãozinho e lavava a louça”, Morrie se lembra com carinho.
“Então, passei a criar coisas e comprei a padaria quando saí do exército.” E, assim, ele criou pães, tortas e biscoitos do nada. Assim como hoje faz com seus gorros.
A vontade de ajudar que vem do fundo do coração do Morrie
A filha de Morrie, Karen Lauters, foi quem o ensinou a tricotar os gorros em 2001, quando ele passou em tempo em sua casa se recuperando de uma cirurgia.
Desde então, ele não parou mais.
Apesar de o câncer de pele ter chegado às suas bochechas, ele se senta na cama e enrola os fios nas agulhas meticulosamente, todos os dias, quase que o dia todo.
“Deus tem um plano para a sua vida. Você pode vê-lo a cada passo que toma. Eu sou o homem dos gorros. Eu só fiz o que gosto de fazer – ajudar as pessoas.”
Os gorros não ajudam somente aos outros; eles ajudam Morrie
Viúvo desde 2000 de sua amada esposa Donna Mae, Morrie é uma alma feliz que vive na lembrança dos momentos agradáveis que passou – o retrato da esposa enfeita a parede perto de sua cama e uma Bíblia surrada repousa sobre o criado mundo.
No entanto, os dias podem se tornar longos em um lar para idosos.
“Eu nunca pensei que ficaria em um lugar como esse, mas eu estava disposto. Eu sei que tem que ser assim”, admite Morrie.
A cada dia ele anseia pelos gorros: a escolha das cores, a textura das fibras em seus dedos enrugados e a satisfação de se sentir útil e ajudar as pessoas.
“Ajudar as pessoas é que me motiva a continuar. E me sinto bem tecendo os gorros”, diz sorrindo.
91 anos de histórias tão coloridas quanto seus gorros
Ele conta que quando era um padeiro da marinha durante a 2ª Guerra Mundial, certa vez, quando assava tortas de abóboras, as tripulações desembarcaram um tanque enorme do navio. A embarcação se inclinou.
“O navio ficou inclinado e estragou minhas tortas”, disse rindo das memórias.
Na idade adulta se tornou um ajudante da vizinhança, lavando vidraças para as senhoras da rua.
“Naquele tempo, elas traziam carvão e madeiras. Eu ia até suas casas, os pegava e os colocava no porão. Eu também tirava a neve do caminho.”
Ele nunca aceitou qualquer tipo de remuneração por isso. Fazia pelo simples prazer de ajudar.
“Quando eu terminava, simplesmente ia embora. Isso me faz bem. Muito bem. Por isso eu adoro ajudar as pessoas.”
A única pessoa que Morrie não conseguiu ajudar foi seu filho Russell
E isso foi uma tristeza em sua vida. Russell, seu filho caçula, morreu por causa de um Linfoma Não-Hodgkin em novembro do ano passado.
“Ele teve dor de estômago em maio e morreu em seis meses. Isso foi duro. Não pude nem ir ao funeral”, disse Morrie que acredita estar servindo o seu propósito nesse mundo.
Fonte de inspiração para outros
O capelão da casa de repouso onde Morrie vive confessa que se sente honrado de apoiar o velhinho em uma fase de sua vida em que ele precisa da ajuda dos outros.
“Estamos fazendo todo o possível para ajudar Morrie a ter a melhor qualidade de vida possível”, disse o Reverendo Luchies, o capelão. “Estamos controlando sua dor e administrar seus sintomas. Como chapelão, ajudei Morrie a identificar fontes de significado e força para sua vida.”
O vídeo abaixo não tem legendas em português, mas as imagens dizem tudo. Morrie é demais!
Essa história de amor ao próximo merece ser compartilhada! Obrigado por nos ajudar a espalhar boas notícias!
Fontes: awebic, por spectrumhealth.org, cnn.com.