Esperança para familiares e pacientes com Alzheimer.
Um estudo divulgado por duas equipes de pesquisadores do Inserm, o Instituto de Saúde e Pesquisa Médica da França, descobriu uma nova molécula chamada Interleucina 2.
Trata-se de uma proteína do sistema imunológico que ativa a proliferação dos linfócitos reguladores, que controlam a resposta do organismo a uma inflamação.
Essas células evitam que cérebro se intoxique e adoeça, fazendo com que ao mal se desenvolva e mate aos poucos os neurônios.
A pesquisa levou dois anos para ser terminada e foi feita por uma equipe multidisciplinar.
Os testes realizados em ratos foram conclusivos, explica a cientista.
Nathalie diz que o desafio agora é adaptar os testes feitos nos camundongos nos humanos, que possuem um sistema orgânico bem mais complexo.
A vantagem da Interleucina 2 é que já está sendo testada em outras doenças, e já se sabe que é pouco tóxica e bem tolerada. “Então não teremos muitas dificuldades para obter autorização de testes em humanos”, acredita.
Como
Usada em pequenas doses, administradas por injeções, como no caso da insulina, a Interleucina 2 regula a resposta inflamatória da doença de Alzheimer e de outros males, atuando como um modulador, diz a diretora de pesquisa do Instituto, Nathalie Cartier-Lacave.
“Dadas em doses bem baixas, em diferentes tipos de doenças inflamatórias, por exemplo, como a poliartrite, o diabetes, a esclerose múltipla, temos um efeito benéfico nos pacientes”.
A imunoterapia, explica ela, poderia interromper o processo de degeneração cerebral observado no Mal de Alzheimer, principalmente se for detectado no início.
Desta forma, o tratamento poderia preservar os neurônios e ajudar o sistema imunológico a encontrar um equilíbrio.
O diagnóstico precoce, entretanto, é um desafio: clinicamente, as placas no cérebro são visíveis apenas em um estágio avançado da doença.
Segundo a OMS, Organização Mundial da Saúde, 135 milhões terão a doença –atualmente já são 47 milhões no mundo.
Próximos passos
Nathalie Cartier-Lacave e o cientista David Klapzman, chefe do serviço de bioterapia do hospital Pitié Salpetrière, que durante muito tempo trabalhou com os linfócitos reguladores e a Interleucina, tentam agora achar pistas para controlar a dose exata da substância a ser administrada.
Fonte: Só Notícia Boa com informações da RFI