Cãozinho adotado ajuda a desvendar crimes na polícia de SP


Mani é um cão adotado, treinado e muito comprometido com o trabalho. Já participou de 30 ocorrências de crime com a polícia de SP. – Foto: Divulgação

Mani, apesar de dócil e não recusar um carinho, o cão adotado é muito durão e ajuda a combater crimes junto com a Polícia Científica de São Paulo. O cãozinho foi treinado para detectar sangue humano e já resolveu dois homicídios que tinham dificuldades em encontrar provas.

Mani foi encontrado durante um trabalho de campo em 2019 e adotado pelo perito criminal João Henrique de Oliveira Machado, de São José dos Campos (SP).

“Estávamos fazendo perícia em um local de crime quando vi ele ali, órfão. A gente já tinha a ideia incubada de montar o projeto [de cães peritos], adotei ele e iniciei o protocolo”, lembrou o tutor. A iniciativa deu certo e Mani já ajudou a elucidar cenas de crimes.

Potencial oculto

O nome de batismo vem da abreviação da palavra manioca, que é mandioca em Tupi-Guarani.

Em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (USP), o bichinho passou por um rígido treinamento com protocolos estabelecidos inicialmente. Não foi nada fácil, mas os resultados foram incríveis!

“Para fazer com que o Mani conseguisse encontrar amostrar num limite de detecção inferior aos nossos reagentes e garantir que ele marque sangue exclusivamente humano foi necessário fazer um aperfeiçoamento muito grande ao longo do tempo”, disse o perito.

Rotina

Mani, ajuda a desvendar crimes com a Polícia Científica de São Paulo, é sempre acionado quando há uma ocorrência de grande repercussão ou quando há dificuldade para o trabalho de perícia em campo.

Entre as ações de Mani estão a detecção de manchas de sangue em locais amplos e objetos pessoais, como roupas lavadas e outros. Ele faz tudo isso por meio do faro!

Ao detectar qualquer sinal que em determinado espaço pode haver moléculas de sangue, Mani indica a João.

“O cão não dá a palavra final, ele ajuda no trabalho, identifica embora nos estudos ele marque sangue humano, o martelo é batido através de um composto de exames que o perito precisa fazer”, explicou João.

Assim, com a ajuda do bichinho, a equipe ganha muito tempo e amplia técnicas para confirmar outros indícios de crimes.

Carreira de sucesso

Desde quando entrou para o time dos peritos, Mani já atuou em mais de 30 ocorrências que geraram laudos técnicos e precisos.

Em todas, a participação dele ajudou para o levantamento de vestígios. E ele é bom mesmo, até hoje não houve nenhuma marcação errônea ou de falso-positivo nos locais em que atuou.

Uma das mais especiais foi a cena de um crime em Caraguatatuba, São Paulo.

O cão perito foi acionado para desvendar um homicídio de um homem encontrado dentro de um veículo.

Quando os policiais conseguiram identificar o último imóvel que a vítima tinha passado, o local estava limpo e não havia nenhum sinal sequer de crime. E agora?

Resolveu em 7 minutos

Em sete minutos, Mani conseguiu marcar as áreas com resíduos de sangue humano.

“A casa era grande e tinha sido totalmente limpa. Não seria possível usar luminol por todos os cômodos. O cão apontou locais que dificilmente iríamos desconfiar”, explicou o policial.

Identificando o vestígio em dois lugares, na máquina de lavar roupa e em uma escova, as amostras deram positivo para o DNA da vítima e a polícia conseguiu encerrar o caso pedindo a prisão do autor.

Vantagens

Além de elucidar os crimes, Mani faz isso com um diferencial muito importante: a rapidez!

Reagentes químicos usados pelos agentes podem demorar de quatro a cinco horas.

“A perícia, quando é feita no modo tradicional de dependo do local a ser investigado, demora e é onerosa pela quantidade de substâncias químicas que temos que usar. O cão consegue direcionar o uso do reagente químico que custa muito caro para a gente”, disse.

Para Claudinei Salomão, superintendente da Polícia Técnico-Científica, a agilidade da perícia e a economia de custo com os produtos reagentes super compensam, além é claro, ter a companhia de trabalho de Mani.

Com o projeto pioneiro dando super certo em São Paulo, o governo do estado quer aperfeiçoar ainda mais a iniciativa.

O uso de novos cachorrinhos farejadores de sangue pelo país pode ser uma realidade muito em breve.

Imagina vários Manis por aí?

Com informações do Só Noticia Boa