Nova tentativa de encontrar alienígenas termina sem resultados

Método da interferometria consiste no uso de vários telescópios trabalhando em conjunto

A primeira tentativa de encontrar vida inteligente fora da Terra por meio de novas ferramentas terminou em vão. Astrônomos australianos utilizaram uma “enorme quantidade de dados de interferometria” para examinar a estrela Gliese 518, que teria planetas em sua chamada zona habitável, mas não encontraram transmissões alienígenas, de acordo com o relatório publicado no Astronomical Journal.

SPL/BBC
A busca por vida no espaço é fundamentalmente um jogo de tentativa e erro, e por isso os resultados não frustraram a equipe. Recentemente, o interesse nessas buscas direcionadas cresceu conforme se tornaram um método comum para procurar alienígenas.

Os astrônomos atualmente estimam que cada estrela hospeda, em média, 1,6 planeta, o que os leva a crer que ainda há bilhões de corpos celestes no espaço. Alguns astros, porém, abrigam planetas em sua órbita a uma distância ideal para que a atmosfera não seja nem muito quente e nem muito fria para haver água, o que estabelece condições básicas para a vida.

A Gliese 581 é uma anã vermelha a cerca de 20 anos luz da Terra e é uma candidata interessante a servir de alvo para as o programa de Buscas por Inteligência Extraterrestre (Seti, na sigla em inglês). A estrela tem seis planetas, dois dos quais são “Superterras”.

Por isso, os astrônomos do Centro Internacional de Pesquisas Astronômicas da Universidade de Curtin, Austrália, usam técnicas de ondas de rádio de alta resolução para buscar sons emitidos no espaço.

O método de interferometria usado pelos cientistas consiste no uso de vários telescópios, um distante do outro, combinando cuidadosamente seus sinais para que eles atuem como se fossem um único grande e poderoso aparelho, observando um ponto no espaço.

A equipe observou o Gliese 581 por oito horas, ouvindo os sons em várias frequências. O resultado, porém, foi o silêncio, mas a experiência ao menos serviu como atestado de que a técnica da interferometria é particularmente viável para esse tipo de busca focalizada.

“Considerando o fato de que poderíamos ter, por exemplo, olhado para a Terra por bilhões de anos, só teríamos achado vida inteligente se tivéssemos observado nos últimos 70 anos, e bem de perto. Isso porque é um planeta que está na zona habitável, tem oceanos líquidos, atmosfera”, disse, concluindo ao dizer que o fato de não ter encontrado vida em um sistema solar não quer dizer que não haja alienígenas em outros.

Fonte: Estadão