Imagem mostra células-tronco musculares ativas que foram retiradas de uma pessoa morta há 17 dias
Cientistas franceses conseguiram reanimar células-tronco de músculos e medula óssea procedentes de pessoas que já estavam mortas há 17 dias, informa o periódico Nature Communications em um artigo divulgado nesta quarta-feira (13) na França.
Uma equipe de pesquisadores do Instituto Pasteur demonstrou que é possível reativar as células-tronco musculares de cadáveres humanos, transplantá-las e fazer com que outras novas nasçam em perfeito estado.
Os cientistas descobriram que estas células não morriam junto com a pessoa. Isso porque, as mesmas reduziam sua atividade ao mínimo e, após se desfazer das mitocôndrias (pequenos corpos que auxiliam sua respiração), ficavam em estado de hibernação.
Desta forma, as células conseguiam sobreviver mesmo em um meio tão hostil, sem oxigênio e no meio de um banho de ácido, assim como no caso de uma lesão muscular: “dormindo e esperando a tempestade passar”, como afirmou o professor Fabrice Chrétien ao jornal Libération.
“Essa reserva de células-tronco poderia servir para fazer transplantes de medula óssea, utilizados no tratamento de leucemia e doenças sanguíneas, entre outras afecções. Elas também poderiam suprir a falta de doadores”, explicou Chrétien, que dirigiu o estudo ao lado do pesquisador Shahragim Tajbakhsh.
Apesar dos avanços, que também foram testados com sucesso em ratos, o experimento revelou um aumento de um tipo de substância denominada ROS, que, por sua vez, apresenta uma incompatibilidades com as células e o genoma, apontou o professor Jean-Marc Lemaitre ao jornal Le Figaro. Por conta deste fato, o estudo ainda precisa apurar se estas novas células, mesmo em perfeito estado, podem esconder más-formações ainda não detectadas.
Fonte: IG