No dia 14 de Fevereiro de 1990, tendo completado sua missão primordial, foi enviado um comando à Voyager 1 para se virar e tirar fotografias dos planetas que havia visitado.
A NASA havia feito uma compilação de cerca de 60 imagens criando neste evento único um mosaico do Sistema Solar.
Uma imagem que retornou da Voyager era a Terra, a 6,4 bilhões de quilômetros de distância, mostrando-a como um “pálido ponto azul” na granulada imagem.
Carl Sagan disse que a famosa fotografia tirada da missão Apollo 8, mostrando a Terra acima da Lua, forçou os humanos a olharem a Terra como somente uma parte do universo. No espírito desta realização, Sagan disse que pediu para que a Voyager tirasse uma fotografia da Terra do ponto favorável que se encontrava nos confins do Sistema Solar.
Posteriormente, em 1994, Carl Sagan lançou seu livro “Pálido Ponto Azul”, baseado nessa imagem da Voyager, onde faz uma profunda reflexão sobre o planeta. O livro também foi lançado em formato “Audio Book”.
Para assistir ao vídeo, baixe o volume do player da rádio.
Ótimo vídeo para estimular a reflexão.
Voyager 1 e 2
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Desde o início das explorações espaciais da Nasa, as naves levavam placas com informações sobre nosso planeta, que poderiam ser úteis no caso de serem interceptadas por uma raça alienígena. Isso inspirou o diretor do projeto Voyager, John Casani, a contratar o astrônomo e autor Carl Sagan, com o objetivo de dirigir o comitê de mensagens a ser embarcado na missão.
Os discos das Voyager continham uma seleção de sons e imagens e retratavam a Terra através de pessoas jovens e velhas, homens e mulheres entre outras espécies, além de incluir informações sobre os continentes e a localização da Terra no espaço.
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Mensagem da garrafa
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“É a clássica mensagem da garrafa. A probabilidade de ser encontrada é muito baixa, mas a recompensa não tem preço”, diz Ann Druyan, autora e produtora científica. Na época, Ann era diretora de criação do projeto e mais tarde se casou com Carl Sagan.
Ed Stone explica que mesmo sendo pequenas as chances de ser encontrada, a gravação é uma importante mensagem para todos nós.
“É um apelo à unificação”, diz Stone. “Não é uma mensagem qualquer. É uma mensagem da Terra! Ela contém cumprimentos em muitas línguas, músicas de diversas culturas e imagens que retratam nosso planeta, nossa casa. É nossa tentativa de dizer o que é a Terra e o que pensamos de nós mesmos”.
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“Essa foi a mais romântica e maravilhosa missão jamais realizada pela Nasa. Havia de tudo um pouco nas gravações: um beijo, uma mãe dizendo “Olá” pela primeira vez ao filho recém-nascido. Tudo é música e foi feito durante a Guerra Fria. Todos sabiam que haviam mais de 50 mil armas nucleares que poderiam ser disparadas a qualquer momento e havia muita dúvida sobe o futuro. Foi um trabalho muito positivo, um jeito de representar a Terra e dar um passo de qualidade em direção ao futuro. Foi irresistível”
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Hoje em dia, 33 anos mais tarde, as Voyagers continuam sua jornada rumo ao desconhecido. Mesmo sendo infinitamente pequenas as chances de serem interceptadas por outra civilização, as mensagens e sua enorme distância deixam uma importante lição, no sentido de refletirmos sobre a necessidade de cuidarmos melhor da nossa própria casa, que a 17 bilhões de quilômetros, não passa de um distante “Pálido Ponto Azul”.
Ouça alguns sons do disco de ouro
Fonte: Youtube ,
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