Cientistas da Universidade de Manchester, na Grã-Bretanha, estudaram um dedão de múmia feito com couro e madeira para descobrir se ele poderia de fato servir como prótese e ajudar uma pessoa a andar. O objeto, que data de 950 a 710 anos antes de Cristo, foi encontrado em uma múmia feminina enterrada próximo à cidade de Luxor, no Egito.
O objeto pode ser a prótese mais antiga do mundo, afirmou o pesquisador Jacky Finch ao site da instituição. O dedão de couro apresenta sinais de uso e características que sugerem que ele não servia apenas para a aparência, disse o cientista.
Para um teste, Finch contou com dois voluntários que não possuem o dedão direito.
Réplicas exatas da prótese egípcia foram feitas para cada um deles, junto com sandálias semelhantes às usadas no antigo Egito. Os voluntários usaram suas réplicas e caminharam dez metros em três situações distintas: sem calçado, com as sandálias egípcias e usando seus próprios sapatos.
Os movimentos foram medidos usando dez câmeras em posições diferentes, afirma o site da universidade. A pressão das pisadas foi medida usando um equipamento especial.
O cientista disse ter sido surpreendido com o saldo positivo dos testes. Segundo ele, as pisadas do pé direito de cada um dos voluntários, onde foi colocada a prótese, foi de 60% a 87% similar às pisadas com o pé esquerdo.
A principal variação na caminhada ocorreu de acordo com o calçado utilizado. A habilidade de andar com a prótese de dedão foi maior quando os voluntários usaram as sandálias, afirma Finch.
“Foi muito animador ver que os dois voluntários foram capazes de andar usando as réplicas. Agora que temos estas informações, nós podemos afirmar que há evidências de que o artefato original [o dedão encontrado na múmia] possuía uma função de prótese”, relatou o pesquisador ao site da Universidade de Manchester.
Fonte: G1