Ginástica para Alma – Valentim Fernandes

Não é de hoje que uma nova preocupação tomou conta dos seres humanos, que é a ideia de ter um corpo perfeito, ou “sarado” como alguns denominam. Muito pertinente, aliás, se o motivo das preocupações fosse a saúde, cujos exercícios físicos são de utilidade.

Segundo estudiosos, a prática da ginástica foi se desenvolvendo a partir dos exercícios físicos que eram feitos pelos soldados gregos, até se tornar uma das modalidades mais requisitadas nas academias, para atendimento de adultos que querem melhorar o tônus muscular nas regiões abdominais, parte posterior de membros superiores e também coxa e glúteos. É a arte de exercitar o corpo para fortificá-lo e dar-lhe agilidade. O conjunto de exercícios corporais sistematizados, realizados no solo ou com auxílio de aparelhos e aplicados com objetivos educativos, competitivos, terapêuticos, etc.

O grande problema está no exagero a que muitos dedicam a essa prática, transformando-a em verdadeira obsessão, fazendo até, muitas vezes, uso de substâncias que comprometem os seus corpos causando doenças e dependências difíceis de livrarem depois.

Existe outra ginástica que podemos praticar cujos reflexos poderão ser sentidos no corpo e na alma, que é o serviço voluntário. Já está provado que aquele que se envolve em algum trabalho desta natureza tem uma expectativa de vida superior à daqueles que só se preocupam consigo mesmos. Exemplos não nos faltam. Chico Xavier, Irmã Dulce, Madre Tereza, Divaldo Franco e tantos outros, trabalham pelo bem comum, com aquisição de virtudes que fortalecem o corpo e o espírito.

Em matéria publicada na Revista Viva Saúde de autoria de Eulina Oliveira, ela diz: “Existem pesquisas que demonstram que muitos ao iniciarem este tipo de trabalho tem consideráveis melhora e até desaparecimento de problemas como insônia, úlceras, dores de cabeça e nas costas, depressão, gripes e resfriados. E as revelações não param por aí. Outras pesquisas, conduzidas pelas Universidades de Michigan e Cornell, também nos EUA, sugerem que indivíduos que vêm dedicando um longo período ao voluntariado vivem mais do que aqueles que não participam de nenhuma ação voltada a ajudar outras pessoas. A explicação para tal longevidade seria a melhoria geral da qualidade de vida, fruto da interação social que o comprometimento regular com atividades sociais propicia. Pesquisadores também constataram, ao acompanhar voluntárias do sexo feminino, durante 30 anos, que elas tem uma capacidade maior de manter suas habilidades e aptidões físicas e mentais, natas ou desenvolvidas, ao longo da vida. O altruísmo faz com que a pessoa se sinta realizada, traz bem-estar, especialmente quando ela pode ver os resultados dessa ação. Além disso, trata-se de algo que se está fazendo por iniciativa própria, não por obrigação, e por isso é prazeroso.”

Quantos não malham, fazem exercícios os mais variados, mas são incapazes de dar um bom dia, observar a beleza de uma flor e o canto de um pássaro enquanto caminham, cuidando do corpo, mas esquecendo do Espírito.

E como podemos cuidar do Espírito? Talvez seja uma pergunta que muitos fazem e não imaginam que a resposta é bem simples: cuidamos do nosso Espírito através dos bons pensamentos, das boas ações, do nosso comportamento e do engajamento nas tarefas do bem. Assim agindo, atingimos o equilíbrio, ficando bem melhor física e espiritualmente.

 

Valentim Fernandes. Reside na cidade de Matão e é espírita desde 1989. É presidente do conselho deliberativo e diretor de doutrina do Centro Espírita Allan Kardec. Realiza palestras nas cidades da região sempre abordando temas do Evangelho.